domingo, 11 de agosto de 2013

Anima Mundi 2013



A 21ª edição do Festival Internacional de Animação do Brasil, ANIMA MUNDI 2013, entra em seu último dia aqui no Rio de Janeiro, embarcando em seguida para São Paulo (de 14 a 18 de agosto), e depois percorre outras cidades do Brasil na sua versão itinerante.

Assim como ano passado irei colocar aqui minhas impressões sobre algumas sessões que pude estar presente (Curtas 5 / Curtas 14 / Olhos Neles 1). 

A programação completa vocês podem conferir no link abendereço do festival. 

http://www.animamundi.com.br/pt/festival/



Co sie dzieje, gdy dzieci nie chca jesc zupy
O que acontece quando as crianças não tomam a sopa
(Pawel Prewencki / Polônia)
Dois irmãos tentam terminar a sopa com dificuldade. A porta é aberta e uma luz brilhante adentra o ambiente, oferecendo uma oportunidade para eles se libertarem. Será que eles vão conseguir escapar das consequências de sua desobediência?

Arte bem bacana com bom uso das sombras e luz. A história é um tanto sombria, mas é uma animação bem interessante. 












Graffiti Dança
Graffiti Dança
(Rodrigo Eba! / Brasil)
Na cidade de São Paulo do século XXI, personagens de graffiti dançam bolero dos anos 1950.

A partir de diversos grafites nas ruas de São Paulo e Rio de Janeiro, o diretor Rodrigo Eba produziu um belo filme com harmonia perfeita com a trilha sonora. 












Merci mon Chien 
Vida de Cão
(Julie Rembeauville; Nicolas Bianco-Levrin / Canadá; França)
Embora faça de tudo para agradar a Mãe, o Pai e as crianças, Fifi o cão nerd tenta desesperadamente ler o jornal. Nessa noite, seus esforços não se dão sem risco...

A história do cachorro que queria ler o jornal é engraçada e bem desenhada, só merecia um final melhor.


Snack Attack
Fominha
(Andrew Cadelago / Estados Unidos; Canadá)
Enquanto aguarda para pegar o trem, uma velhinha só deseja comer seus biscoitos em paz. Mas o jovem punk ao seu lado parece querer compartilhar o lanche dela... ou será outra coisa?

Faz parte da fileira de animações engraçadas com uma mensagem no final revelador. A 'briga' entre uma senhora e um punk é muito boa.










Comme des lapins (Chroniques de la Poisse, chap. 2) 
Como os Coelhos
(Osman Cerfon / França)
Segundo capítulo de “Crônicas Pegajosas”. O homem com cabeça de peixe persegue seu brinquedo num parque de diversões, distribuindo aleatoriamente suas bolhas de danação.

Após o filme corretinho acima vem uma animação para fãs do escracho e politicamente incorreto. Uma mistura de mortes, insinuações sexuais e humor negro ao estilo ‘Family Guy’ e ‘American Dad’, com arte que lembra ‘Beavis and Butthead’.




Rossignols en Décembre
Rouxinóis em Dezembro
(Theodore Ushev / Canadá)
E se os Rouxinóis estivessem trabalhando em vez de cantando e indo para o Sul? Não há Rouxinóis em dezembro... O que sobrou foi apenas a história do nosso início, e nosso fim. 

Imagens de pássaros e pessoas em meio a muita coisa esquisita e sem sentido. Uma grande bomba. 




Proteigon
Proteigon
(Steven Briand / França)
Manipular cubos de papel se torna um verdadeiro prazer quando estes ganham vida com a mágica do stop motion.

Mãos e cubos. Simples e muito bacana.












The Last Belle
A Última Bela
(Neil Boyle / Reino Unido)
Wally corre contra o tempo para conseguir chegar num bar para um encontro às escuras, enquanto Rosie espera, sonhando com um encontro maravilhoso... isto é, se ele aparecer.

A saga de um encontro marcado pela internet. Não é espetacular, mas muito divertido.











MacPherson 
MacPherson
(Martine Chartrand / Canadá)
Em Québec, no início dos anos 1930, o poeta Félix Leclerc se tornou amigo de Frank Randolph Macpherson, um engenheiro químico da Jamaica, que o inspirou a compor uma canção sobre o transporte fluvial de troncos.

É um filme bonito, mas não cativa o público.

Ed. Ed.
(Gabriel Garcia / Brasil)
Conheça a extraordinária vida de Ed. Cinquenta anos de muitos amores, aventuras e histórias marcantes. Ninguém imagina por que ele quer acabar com tudo isso. Ótima produção brasileira que conta a história de um coelho prestes a cometer suicídio.

Excelente roteiro e arte. Poderia ter mais uns segundos pra fechar melhor a história, mas deve ser um dos melhores do festival. Produção brasileira de primeiro mundo.


Bird Food
Comida de Passarinho
(Richard Keane / Irlanda)
Um homem planeja almoçar no parque, mas os pombos têm outros planos!

Muito bom. Engraçado, inteligente, excelente duração e com uma surpresa no final. 




Keha Mälu
Memória Corporal
(Ülo Pikkov / Estônia)
Nossos corpos recordam muito mais do que esperamos ou imaginamos. Nossos corpos guardam as histórias dos nossos pais e avós, assim como as dos nossos ancestrais. Mas até que ponto podemos rastrear nossa memória corporal?

Quando você vê as primeiras cenas pensa que verá um filme estranho e quando surgem outras cenas você passa a ter certeza. Sem sentido. Não consegui tirar proveito de uma boa técnica.




Pervobytny Papa 
O Pai Primitivo
(Vladimir Danilov / Rússia)
Um genial inventor pré-histórico tinha um pai muito severo.

Muito básico, muito rápido.




Sleight of Hand 
Artifício
(Michael Cusack / Austrália)
Artifício. “Um conjunto de técnicas usadas por alguém para manipular objetos para enganar secretamente.” Um homem deseja encontrar seu lugar no mundo, mas às vezes é melhor não encontrá-lo.

Inteligentíssimo e bem desenvolvido. É outro que concorre para melhor do festival.




Dip N Dance 
Dance pra não Dançar
(Hugo Cierzniak / França)
Um homem de classe média e meia-idade descobre de um jeito musical que as coisas das quais alguém é dono acabam sendo donas desse alguém.

Divertido mas previsível. Vale o ingresso e só.


A Fábula do Camaleão
A Fábula do Camaleão
(Clayton da Silva Viana / Brasil)
Dois camaleões duelam para decidir quem é o dono do pedaço. Sem o uso da violência, eles demonstram que mudar de cor pode tanto ser uma capacidade aliada como inimiga.

Apenas para crianças, mas trata-se de um trabalho de conclusão de curso, não merece ser tão criticado quanto deveria. 






Pombas!
Pombas!
(Natália Koren; Vinícius Fontoura / Brasil)
Sabe quando você está dirigindo e uma pomba insiste em não sair do caminho? O épico e penoso embate entre um querido vovô e uma estranha ave nos mostra finalmente o outro lado da história.

Melhores que boa parte das animações que concorrem aos prêmios do festival. A dupla tem futuro na animação.




A Fila
A Fila
(Almir Correia / Brasil)
Homens simples. Ratos. Executivos. O que todos eles têm em comum? A fila.

Boa crítica social. Com um trabalho melhor na parte artística ficaria excelente.


Clichê
Clichê
(Valerycka Rizzo / Brasil)
A história de um amor não correspondido.

Um final melhor seria bem vindo, mas é bacana apesar da música Clichê.


Joana
Joana
(Daniel Pinheiro Lima / Brasil)
Joana é uma criança solitária, que vive nas ruas e acredita ter o poder de controlar a chuva. Ela estraga os dias das pessoas acomodadas enviando tempestades, sem se dar conta de que talvez esteja estragando seus próprios dias.

Apesar de críticas à historia é uma animação interessante.


Carpe Diem
Carpe Diem
(Dimitri Kozma / Brasil)
Uma triste criaturinha do planeta blue empreende uma aventura surreal, divertida e musical em busca da felicidade.

Bom! Não mais de que isso.


Estrelas do Mar
Estrelas do Mar
(Miguel Santos de Carvalho / Brasil)
A tarefa aparentemente comum de um pescador noturno se transforma numa imersão fantástica, em que céu e mar, sonho e realidade, se confundem.

Hã? O quê? Acabou? Muito ruim! Ruim mesmo!


Quiriri
Quiriri
(Filipe Cargnin / Brasil)
A jornada de um pequeno elfo para aceitar a sua diferença, em uma sociedade onde a singularidade deve ser mascarada e as vozes dissonantes silenciadas.

Hã? O quê? Acabou? Muito ruim! Ruim mesmo!


O Rei da Montanha de Ouro
O Rei da Montanha de Ouro
(Thaissa Resek / Brasil)
Filme baseado no conto homônimo dos Irmãos Grimm sobre um garoto que deve libertar um reino de uma maldição. Uma homenagem aos trabalhos com recortes de silhuetas da animadora alemã Lotte Reineger.

Hã? O quê? Acabou? Ainda bem, porque ele é pior do que muito ruim. Roteiro fraco, cheio de furos e arte preguiçosa.


Somos Todos Saci
Somos Todos Saci
(Renato / Brasil)
O Saci quer ser aceito no Paraíso dos Mitos e Lendas, mas o Portão, por preconceito, não permite. Será que o Saci conseguirá reverter a situação?

Mas um que não vale a entrada, mesmo que ela seja de graça.


Streets Bloom
Ruas que Florescem
(Kico Santos E Priscilla Ballarin; Kico Santos; Priscilla Marques Ballarin / Brasil)
Uma garota caminha pela cidade enquanto pensa.

Preguiça seu nome é Streets Bloom. Frames repetidos a exaustão em um clipe de uma música chata. Alguém dormiu na hora da seleção de filmes e esse passou despercebido.


Pra te Encontrar
Pra te Encontrar
(Rubens Belli / Brasil)
Um apaixonado e seu violão steampunk partem em uma grande viagem...

Mais um clipe. Não é tão chato quanto ao anterior, mas está longe de ser bom.




Tá Frito 
Tá Frito
(Daniel Batista; Yasmin Rodrigues; Tiago Maia / Brasil)
Pacu e Jaraqui são as espécies de peixes mais presentes na vida do ribeirinho. O que acontece quando essas criaturas de personalidades tão diferentes se encontram no fundo do rio?

Merecia ser um pouco mais longo e mais bem desenhado, mas é muito divertido.




One Man
Um Homem
(Graciliano Camargo / Brasil)
Uma mulher está em perigo. Apenas um homem pode salvá-la! ONE MAN! Músculos de aço, poderes fantásticos e um charme irresistível! O super-herói tradicional, mas com uma diferença...

Mais um com futuro na animação. Arte boa, história legal e divertido final.

terça-feira, 7 de maio de 2013

A Violência com CEP.


Imaginem a cena: 

Do alto de um helicóptero, sobrevoando a orla do Leblon, avista-se uma pessoa saindo de um prédio na Delfim Moreira e entrando em um carro.  "Acho que é ele", diz um dos ocupantes da aeronave. Um outro fala: "é parece ele sim". À noite e 40 metros acima não há como ter 100% de certeza, mas decide-se arriscar. Rajadas de metralhadora são disparadas contra o veículo que segue em movimento pela chique avenida. Alguns apartamentos são atingidos. Carros importados estacionados ao longo da via também são alvejados. O meliante é morto. 

No dia seguinte todos os jornais mostram as cápsulas caídas à rua e as vidraças dos belos apartamentos estilhaçadas. Senhoras bem arrumadas são entrevistadas segurando cachorrinhos com frufru na cabeça. Elas estão chorando, falando do susto que passaram. Jovens com camisa da hering com a inscrição Hollister, pela qual pagaram R$ 100,00, mostram seus carros, que acabaram de ganhar dos pais por passarem no vestibular de alguma faculdade privada, perfurados por balas de 762. 

No mesmo dia, à tarde, o VivaRio, com ampla cobertura da imprensa faz manifestação pela orla do bairro. Milhares de pessoas, moradores da região e adjacências, vestidos de branco, com velas nas mãos cantando a música 'A Paz' do Gilberto Gil, protestando contra a ação irresponsável da polícia que colocou em risco a vida dos nobres filhos da alta sociedade carioca. Ao final da passeata dão um abraço simbólico ao bairro preferido do escritor de novelas globais, Manoel Carlos.

No dia seguinte o Governador, em uma coletiva de imprensa, exonera o comandante do Batalhão responsável pela operação e expulsa da corporação os envolvidos na ação e afirma, com os olhos lacrimejantes, que isso não irá se repetir e que não podemos colocar a vida dos cidadãos de bem em risco e que a ação deveria ter um suporte em terra que confirmaria a identidade do elemento e o abordaria em um local apropriado. Completa dizendo que a força só seria usada caso a polícia fosse atacada primeiro ou se o meliante colocasse a vida de outros em risco. 

Mas nada disso aconteceu. O ocorrido foi em uma favela. As casas alvejadas eram de pobres. As vidas em risco não eram da juventude abastada que anda de carro de luxo. No mais, o bandido foi morto mesmo. Porque argumentar mais? Porque? Porque está errado! 

Em nenhum país do mundo, que não está em guerra, aceitaria isso. O modo como encaramos a violência, dos criminosos ou da polícia, é parte do problema. Mentalidades engessadas no velho discurso do 'bandido bom é bandido morto' (que não se aplica com a mesma intensidade sobre políticos que roubam da educação e saúde) e de que os fins justificam os meios, não irão ajudar a equacionar o problema. Não se trata de defender bandido. Não é pena. Mas sempre tratamos a questão da violência com mais violência, principalmente se envolver as classes mais desfavorecidas, e estamos nessa situação. Será que esse é o caminho certo? Será que a solução virá dessa escalada de quem mata mais? Ou será que temos de sentar e tratar as coisas seriamente? Estudar exemplos de outros países. Elaborar propostas juntamente com a sociedade civil. 

Mas dá trabalho. E gasta tempo e dinheiro. E gastar tempo e dinheiro com bandido não dá voto e nem lucro.

domingo, 28 de abril de 2013

Samurai X - O Filme (Rurouni Kenshin, 2012)

Filmes baseados em quadrinhos, mangás, séries, desenhos, etc, correm basicamente dois riscos: desagradar os fãs com adaptações (as vezes necessárias) na história e/ou não contar com o interesse daqueles que não conhecem o enredo. Frente a grandes fracassos (Demolidor, O Justiceiro, A Liga Extraordinária por exemplo) surgem algumas boas opções que conseguem a proeza de atrair não fãs e satisfazer a ânsia dos fanáticos como a recente trilogia do Cavaleiros das Trevas. 

Rurouni Kenshin - O Filme (ou simplesmente Samurai X, aqui no Brasil) se enquadra em um desses raros casos em que tanto fãs como o restante do público poderão apreciar um bom filme de ação com enredo bem desenvolvido e belas cenas. A produção japonesa contou com Nobuhiro Watsuki, criador do mangá, como roteirista, o que proporcionou fidelidade à obra original. 




Lançado em mangá no Japão em 1994 pelas mãos de Nobuhiro Watsuki, publicada na Shukan Shonen, o anime chegou ao Brasil no final de 1999, trazido pela Columbia Pictures e exibida pela Rede Globo até meados de 2000. Em setembro de 2000 a emissora por assinatura Cartoon Network passou a exibir a série, exibindo-a até o final, a qual foi concluída em maio de 2001. Já o mangá foi publicado no Brasil a partir de maio de 2001 pela Editora JBC em 56 volumes (cada um sendo metade do original japonês). Em novembro de 2012, a Editora JBC voltou a publicar o mangá, agora intitulado Rurouni Kenshin - Crônicas da Era Meiji.





O filme em live action parte de uma premissa semelhante ao manga. Em um Japão feudal, os monarquistas saem vitoriosos de uma guerra na qual restauram o governo para as mãos do imperador derrubando Xogunato Tokugawa, originando assim a Era Meiji. Apesar de sair vitorioso Kenshin Himura, hitokiri (assassino) à serviço dos monarquistas, decide ao final da guerra, não mais matar e assim dar fim a sua alcunha de Retalhador (Hitokiri Battousai). Para tanto se transforma em um andarilho (Rouroni), algo muito próximo de um Ronin (samurai sem senhor). Diante da proibição de utilizar espadas e procurando cumprir sua promessa de cessar sua vida de assassino, utiliza uma katana com corte ao contrário (sakabatou), ou seja, o golpe que porventura praticasse a um adversário não seria fatal uma vez que o a lâmina encontra-se no dorso.

Em seu caminho ele cruza com Kaorou, que tenta enfrenta-lo, ao inferir que ele é Battousai a quem são atribuídas diversas mortes recentes. Após convence-la do contrário ele ainda a salva de Jin-E Udou, assassino a mando de Kanryuu Takaeda, rico contrabandista, para resgatar Megumi Takana conhecedora do processo de fabricação de ópio. Ao desvendar que aquele andarilho é realmente o velho retalhador, Jin-E e Kanryuu, travam batalha árdua para fazer Kenshin voltar a sua vida de Hitokiri Battousai e assim trabalhar para o contrabandista. Assim a trama se desenvolve na captura do verdadeiro assassino por trás das mortes que aterrorizam a cidade, na tentativa de fazer Kenshin voltar a ser o assassino retalhador e na busca desenfreada do 'mega' traficante atrás de sua ‘formula ambulante‘ de ópio. 




O diretor Keishin Ohtomo sustenta a trama com muita habilidade e segurança, apoiando-se sobre um elenco correto, apesar de uma certa falta de expressão de Sato Takeru (Kenshin) em boa parte do filme. A favor do filme também contam as cenas de lutas com espadas. Extremamente bem coreografadas, impressionam pela agilidade. Com uma belíssima fotografia, edição refinada que equilibra ação e drama e roteiro bem escrito, a história se desenrola muito bem e acaba compensando uma trilha sonora repetitiva e pouco criativa, bem aquém do que se esperava. Marca em filmes com temática oriental, o figurino revela outro ponto alto, posto o seu cuidado na caracterização dos personagens tentando se aproximar ao máximo do mangá. 

Infelizmente os fãs brasileiros só poderão conferir Rurouni Kenshin ou Samurai X em suas casas. Apesar da bilheteira proporcionada no Japão, distribuidoras não se comoveram e o filme sai em terras tupiniquins apenas em DVD e Bluray. Uma pena.






Nota: 8

sexta-feira, 22 de março de 2013

Habemus Papam Francisco ! E Agora o que Esperar ?

No conclave que escolheu Ratzinguer como Papa eu expus minha preferência, em uma comunidade do falecido Orkut, pelo ex cardeal emérito de Milão, o também falecido Carlo Maria Martini. Fui veemente atacado e perseguido. Martini representava à época a ala mais progressista da cúria. Sua posição a favor do casamento (civil) entre pessoas do mesmo sexo, a utilização de preservativo como método de combate à AIDS e de controle à gravidez e solidário à ordenação de mulheres, chamou minha atenção e alimentou minha admiração. Era incisivo quando afirmava que a Igreja estava (e ainda está) "atrasada 200 anos", e que deveria "reconhecer os seus erros, a começar pelo Papa". Martini obteve 9 votos no primeiro escrutínio contra 10 de Bergoglio e 45 de Ratzinguer. A eleição do cardeal que silenciou Leonardo Boff foi um banho de água gélida. 


Cardeal Carlo Maria Martin.
Fonte:
http://1.bp.blogspot.com
Com a morte em 2012 de Martini, os progressistas ficaram um tanto órfãos e sem um representante forte acabaram perdendo espaço neste conclave de 2013. Terminaram representados pelos chamados moderados que geralmente não abrem mão da rigidez moral. Não foi possível verificar dentre os elegíveis alguém que manifestasse ideais tão evoluídos como os de Martini e por tal razão não me motivei a elencar meus ‘desejáveis‘ ou favoritos.

A escolha do argentino Bergoglio, agora Papa Francisco, surpresa para uns e esperado para outros (especula-se que teria ficado em segundo lugar na última votação do conclave anterior) levanta uma série de questões. Primeiramente ilustra um poder de articulação dos cardeais do continente latino americano frente a ala européia e representa a urgência na defesa do maior reduto católico do mundo, onde se encontram cerca de 40% de seus seguidores, mas também onde são perdidos 400 fiéis todos os dias só no Brasil.


Habemus Papam Francisco
Fonte: http://oglobo.globo.com
No que tange às reformas profundas, como o papel da mulher na Igreja ou revisões das posições da Igreja sobre questões morais, o histórico de Bergoglio nos oferece pouca esperança. Alinhado, em boa parte, aos pensamentos de João Paulo II (pelo qual foi feito cardeal) e Bento XVI, Francisco não tende, a priori e por suas próprias convicções, realizar mudanças profundas na Igreja. 


A esperança reside em sua humildade e simplicidade. Quando cardeal, Bergoglio recusando os luxos oferecidos pela igreja argentina, andava de transporte público, cozinhava sua própria comida e morava em um apartamento simples em Buenos Aires. Sua visão política sobre a pobreza também é diferenciada em relação a outros sacerdotes. Apreciador do contato com o povo, não raras as vezes era visto em favelas e hospitais em seu trabalho evangelizador. Essas características indicam, segundo jornalistas, vaticanistas e teólogos um papado mais missionário, menos concentrado em Roma e mais perto dos fiéis, uma Igreja mais simples e menos burocratizada. Em suas primeiras ações pontifícias, Francisco realmente reflete essa inclinação para a simplicidade e proximidade ao povo. Optou por um anel de prata (banhado a ouro) ao invés de ouro maciço como o de costume, a cruz que leva consigo é de aço, alguns paramentos foram recusados assim como a limusine particular, preferiu em carro de um funcionário do Vaticano. Em seus discursos até o momento, o tema da pobreza e a necessidade de uma instituição com menos pompa sempre tem estão presentes.Também tem causado dor de cabeça aos seguranças por não respeitar protocolos. O já citado Leonardo Boff, precursor da Teologia da Libertação no Brasil (combatida por Bergoglio na Argentina) crê em uma sobreposição do povo à hierarquia, uma maior participação e importância dos leigos além de trilhar o caminho do ecumenismo. Opinião semelhante é a de Dom Pedro Casaldáliga, bispo emérito de São Felix do Araguaia. Companheiro de Boff na propagação da Teologia da Libertação, Casaldáliga também foi punido durante o papado de João Paulo II, por sua posição progressista e aguerrida na defesa dos índios contra latifundiários locais. Segundo ele, a escolha de Bergoglio "é um respiro para a Igreja" e esperançoso aguarda por mudanças que volte a Igreja aos pobres e a torne solidária na defesa dos direitos humanos. 


Papa no ônibus, junto com cardeais e padres.
Fonte: http://s2.glbimg.com/

Em contraponto às suas características positivas, pesam sobre o bispo de Roma a 'inconveniente' ligação ao último regime ditatorial argentino, seu silêncio sobre as atrocidades ocorridas na época e sérias acusações sobre possível atuação criminosa, favorecendo a captura, prisão e tortura de dois padres de sua ordem jesuíta e envolvimento na entrega de filhos de presas políticas para adoção. É intrigante como a Igreja não consegue se desvencilhar de polêmicas. Ora fruto do envolvimento de sacerdotes em casos de pedofilia, ora em escândalos na esfera burocrática, perpassando defesas de governos assassinos e criminosos ou silenciando-se sobre eles. Apesar de falta de consenso sobre isso - algumas organizações como o Conadep* defendem a inocência de Bergoglio enquanto outras como as Mães da Praça de Maio o acusam, é inegável que ao menos complacente com um regime facínora ele fora.


Cardeais na bela e faraônica Basílica de São Pedro.
Fonte: http://oglobo.globo.com

Fazer da instituição Igreja Católica, conhecida por sua suntuosidade, descer aos pobres e tornar-se mais simples é uma mudança de ar positiva, necessária e urgente, contudo não podem ficar relegadas à uma mudança mais de forma do que de conteúdo. Uma práxis cristã alinhada com a defesa do povo pobre, oprimido, espoliado e contra as desigualdades depreenderá esforços na revisão de ranços históricos e ruptura de privilégios. Tomara que suas atitudes não sejam apenas a de um homem e influenciem toda a instituição. Tomara que se inaugure uma nova era onde a Igreja "beba do cálice dos pobres"**. Tomara que, com a mesma rigidez que sempre destinou
 à defesa da doutrina, trate os casos de abusos praticados por sacerdotes. Tomara que Francisco continue surpreendendo com suas atitudes e promova mudanças que atendam aos anseios do mundo moderno, não pelo caminho do individualismo e materialismo, mas na revisão de seus arcaicos conceitos morais que a distanciam de um mundo que já saiu da idade média, por mais que a tentem trazer de volta. Não sou tão esperançoso, mas tomara que eu esteja errado.


* Conadep - Comissão Nacional de Desaparecimento de Pessoas.

** "Deixa a Cúria, Pedro!" Poema de Dom Pedro Casaldáliga.

Dicas de Leitura:

http://amahet.blogspot.com.br/2009/11/habemus-papam-allan-mahet-texto-escrito.html


http://blogdomaximus.com/2013/03/11/o-conclave-de-2013/

http://www.ihu.unisinos.br/noticias/518043-para-o-conclave-as-previsoes-sobre-os-cardeais

http://www.ionline.pt/mundo/diario-secreto-cardeal-desvenda-eleicao-ratzinger-esteve-tremida

http://www.publico.pt/mundo/noticia/morreu-o-cardeal-carlo-martini-que-defendia-uma-igreja-mais-compreensiva-e-aberta-ao-mundo-1561209

http://br.noticias.yahoo.com/morre-cardeal-martini-figura-destaque-dos-cat%C3%B3licos-progressistas-163806791.html

http://pensamentos-vagabundos.blogspot.com.br/2012/09/o-cardeal-carlo-maria-martini-o-homem.html

http://fratresinunum.com/tag/cardeal-carlo-maria-martini/

domingo, 17 de março de 2013

Anna Karenina (Anna Karenina, 2012)

Como contar uma história que já foi lida por milhões de pessoas ao redor do mundo? Como reinventar um enredo que já ganhou quatro outras versões para o cinema (1935, 48, 85 e 97)? Como atrair um público jovem, maioria entre frequentadores de cinema, para assistirem a filme baseado em um livro russo de 1877? Resposta: ousando-se. E foi exatamente assim, ousando, que Joe Wright (‘Desejo e Reparação’ e ‘Orgulho & Preconceito’) leva ao cinema mais uma versão do romance histórico de Tolstói, Anna Karenina.

Dono de um currículo que conta com outras duas obras baseadas em ícones da literatura mundial, Wright optou por ambientar a Rússia imperial do século XIX no interior de um velho teatro objetivando com isso explorar o conceito da encenação de rígidos papéis no interior da sociedade russa da época. Papéis estes encenados como em uma peça teatral.

Concepções artísticas, principalmente no que tange a cenografia, que fogem do lugar comum, fascinam amantes da 7ª arte. Um exemplo é 'Dogville’ no qual toda a trama se passa em um galpão com marcações no chão que identificam os cenários. A coragem em se enveredar por tais escolhas não pertence, obviamente, a todos os cineastas. Raros é  o talento para a condução de tais projetos. A possibilidade das tramas ficarem subjugadas às suas inovações e perderem-se em si mesmas é grande e facilmente diretores caem em armadilhas de seus próprios conceitos. Aos menos acostumados ou mais puritanos, a estética pode incomodar de início, mesmo que não exatamente por ela em si, mas, sobretudo porque prejudica um tanto a identificação dos personagens, uma vez que não há uma relação clara sua com um ambiente específico. No entanto à medida que o tempo passa, com o aprofundamento da trama, o espectador é levado para dentro da história e ganha familiaridade com os personagens. 



Essa abordagem estética pouco usual foi, obviamente, alvo de diversas críticas, porém a maior parte acerca de uma possível falta de profundidade com que a história é tratada e superficialidade no trato dos personagens. Devemos levar em consideração que a complexidade dos diversos personagens, só plenamente captada no livro, sendo impossível de ser traduzida, plenamente, em duas horas de filme. Cair na tentação de estender a história por mais meia hora poderia torná-la demasiada cansativa.

A caprichada produção rendeu indicações em categorias técnicas (Direção de Arte, Figurino, Maquiagem, etc) nos principais prêmios do cinema em 2013. Foram quatro indicações ao Oscar, 6 indicações ao Bafta (o Oscar inglês) e duas indicações vencedoras ao Critics Choice Awards, além de outros mais. Nada mais justo, apesar de ter merecido melhor sorte em outras categorias como direção, por exemplo. Afinal não é todos os dias que somos brindados com uma das mais belas cenas já realizadas no cinema: o baile promovido pela família de Kitty. Tudo nela é impecável: cenário, música, atuação e figurino formam um conjunto de plasticidade e beleza desconcertantes e de grande carga dramática. Ficam evidentes os sentimentos que envolvem todos os personagens sem que uma fala seja proferida.



Parceira de Joe Wright em ‘Orgulho e Preconceito’, pelo qual foi indicada ao Oscar e Globo de Ouro em 2006, e em ‘Expiação’, a bela Keira Knightley transmite um ar jovial, moderno e sensual à Anna. Sua personagem mantém um casamento frio, porém sem grandes ou claras demonstrações de tristezas ou frustrações. Seu descontentamento maior é com o tratamento dado ao filho pelo seu marido, o oficial Alexei Karenin interpretado por um corretíssimo Jude Law (‘Closer’ e ‘Inteligência Artificial’) de emoção contida, quase imperceptível, mas que no olhar e na contrição dos gestos passa seus sentimentos. O mundo de Anna muda completamente quando em uma viagem de trem conhece o Conde Vronsky (Aaron Taylor-Johnson de ‘Kick Ass’) e entre eles nasce uma enorme paixão que desencadeia uma série de conseqüências. O jovem Taylor-Johnson, talvez seja o ponto fora da curva no que diz respeito às interpretações. Até convence em um papel de galã, o que é surpreendente considerando seu papel em ‘Kick Ass’, porém falta certa gana, força em seu Vronsky. O caso entre Anna e o Conde irá repercutir em outros personagens da trama como Kitty, (Alicia Vikander de ‘O Sétimo Filho’), futura noiva de Vronsky e Konstatin Dimitrivich (Domhnall Gleeson de ‘Bravura Indômita’) apaixonado por Kitty.



O filme conta ainda com Stiva Oblonsky (Matthew Macfadyen de ‘Os Três Mosqueteiros’) irmão de Anna, que apesar de ser mais um a representar a sociedade machista, acaba por figurar como um quase alívio cômico dentro da trama. Sua esposa, Daria Dolly (Kelly Macdonald de ‘Onde os Fracos não Têm Vez’), que sofre com as traições do marido, porém conformada e acuada pela moral da época o perdoa sempre. Em pequena participação, porém importante, como irmão de Konstatin, temos David Wilmot (de ‘Rei Arthur’) e sua ‘esposa’ Masha, a atriz indiana Tannishtha Chatterjee.

Voltando à trama em si, o caso extraconjugal de Anna acaba por tornar-se evidente diante dos gestos e olhares que o casal troca entre si. Exposto diante da opinião pública Alexei Karenin, pressiona Anna a terminar seu caso usando o filho do casal. Apesar da pressão, a paixão fala mais alto e Karenina sai de casa, porém o divórcio não é concedido pelo marido. A figura de Anna é humilhada. A sociedade machista e moralista a faz questionar suas escolhas e a si mesma. Cabe a ela decidir entre abraçar seu amor incontrolável e aceitar o desprezo e escárnio dos outros ou abrir mão de seus sentimentos em prol de encenar seu papel de mãe zelosa e esposa submissa. Ao final o papel que Anna escolhe a liberta, mas reflete a opressão, o preconceito e o moralismo que por vezes teima em bater à porta de nossa sociedade do século XXI.



Ao final da projeção fica a sensação de uma história que apesar de densa, passa pelos seus cerca de 120 minutos com leveza. A abordagem inteligente sopra modernidade sobre as páginas de Tolstói e pode recolocá-lo na vanguarda da literatura mundial, lugar de onde nunca deveria ter saído.



Nota: 9
Direção: Joe Wright
Elenco: Keira Knightley, Jude Law e Aaron Taylor-Johnson.
Roteiro: Tom Stoppard

domingo, 3 de março de 2013

Classificação de Todos os Grupos das Escolas de Samba - Carnaval 2013

Com certo atraso, publico a classificação de todos os grupos de escolas de samba e blocos de enredo do carnaval carioca de 2013. 

Nota especial para o acesso da Em Cima da Hora do eterno samba "Os Sertões" ao grupo A em 2014 e o descenso da Vizinha Faladeira para o grupo 1 de Blocos e Canários de Laranjeiras para o grupo 2 de Blocos, ambas já frequentaram o grupo Especial do carnaval.


Posição / Escolas / Pontuação / Classificação (Acesso / Descenso )    

Grupo Especial               
1             Vila Isabel - 299.7 - Campeão do Carnaval 2013
2             Beija-Flor - 299.4                            
3             U. da Tijuca - 299.2                        
4             Imperatriz - 298.3           
5             Salgueiro - 297.8             
6             Grande Rio  - 297.2        
7             Portela - 296.8                
8             Mangueira  - 296.5         
9             União da Ilha - 295.1     
10           São Clemente - 293.5   
11           Mocidade - 293.5           
12           Inocentes - 291.1 - Desce para Série A 2014

Série A
1             Império da Tijuca - 300- Sobe para o Especial 2014
2             Viradouro - 299,6                           
3             Império Serrano - 299,5              
4             Estácio - 299,5  
5             Rocinha  - 299,3               
6             Caprichosos  - 299          
7             U.  de Padre Miguel - 298,2       
8             Renascer  -298,2             
9             Porto da Pedra - 297,4 
10           Santa Cruz  -297,3          
11           Cubango - 297  
12           Parque Curicica                - 297    
13           Paraíso do Tuiuti - 296,7              
14           Alegria da Zona Sul - 296,4         
15           União de Jacarepaguá  - 296,2  
16           Tradição - 295,8               
17           Sereno - 295,3 - Desce para o Grupo B 2014
18           Jacarezinho - 290,1 - Desce para o Grupo B 2014
19           Vila Santa Tereza  - 287,5 - Desce para o Grupo B 2014

Grupo B
1             Em Cima da Hora  - 298.8 - Sobe para Série A 2014
2             Arranco - 298.5
3             Império da Praça Seca -298.4
4             Favo de Acari - 298.4
5             Sossego - 298.1
6             Unidos de Lucas - 297.5
7             Vila Kennedy  -296.6
8             Unidos da Ponte - 295.8
9             Villa Rica -295.5 - Desce para o Grupo C 2014
10           Difícil é o Nome               - 294.2 - Desce para o Grupo C 2014
11           Rosa de Ouro - 294.1 - Desce para o Grupo C 2014
12           Boi da Ilha - 293.9 - Desce para o Grupo C 2014
13           Vicente de Carvalho - 293.5 - Desce para o Grupo C 2014

Grupo C
1             Cabuçu -299.6 - Sobe para o Grupo B 2014
2             Unidos de Bangu - 299 - Sobe para o Grupo B 2014
3             Engenho da Rainha - 298.7 - Sobe para o Grupo B 2014
4             Cidade de Deus               - 298.6
5             Dendê  - 298.4
6             Boca de Siri - 297.7
7             Abolição - 296.9
8             Vigário Geral - 296.5 - Desce para o Grupo D 2014
9             Arrastão de Cascadura - 295.8 - Desce para o Grupo D 2014
10           Lins Imperial - 295.5 - Desce para o Grupo D 2014
11           Gato de Bonsucesso - 292.6 - Desce para o Grupo D 2014
12           Amarelinho - 292.4 - Desce para o Grupo D 2014

Grupo D
1             Santa Marta - 299.5 - Sobe para o Grupo C 2014
2             Leão de Nova Iguaçu - 299.1 - Sobe para o Grupo C 2014
3             Arame de Ricardo - 298 - Sobe para o Grupo C 2014
4             Cosmos               - 297.2
5             Manguinhos - 296.1
6             Matriz de São João - 296.1
7             Anil - 296
8             Chatuba de Mesquita - 295.3
9             Mocidade de Inhaúma - 295.3
10           Vizinha Faladeira - 294.8 - Desce para o Grupo 1 dos Blocos 2014
11           Flor da Mina - 294.4 - Desce para o Grupo 1 dos Blocos 2014
12           Tradição Barreirense - 293.3 - Desce para o Grupo 1 dos Blocos 2014

Classificação final - Blocos de Enredo

Posição / Blocos / Pontuação / Classificação (Acesso / Descenso )   
       
Grupo 1
1             Unidos das Vargens - 205 - Sobe para o Grupo D 2014
2             União da Ponte   - 204    
3             Coroado Jacarepaguá - 204
4             Império do Gramacho - 200
5             Flor da Primavera - 200
6             União de Vaz Lobo - 180 - Desce para o Grupo 2 dos Blocos 2014
7             Canários de Laranjeiras - 179 - Desce para o Grupo 2 dos Blocos 2014
8             Magnatas de Pedreira  - 172 - Desce para o Grupo 2 dos Blocos 2014
9             Unidos do Cabral - 138,5 - Desce para o Grupo 2 dos Blocos 2014

Grupo 2
1             Colibri de Mesquita  - 203,5 - Sobe para o Grupo 1 dos Blocos em 2014
2             Raízes da Tijuca                - 202,5
3             Unidos da Laureano  - 192,5
4             Novo Horizonte               - 192,5
5             Manguariba  - 176,5
6             Alto da Boa Vista - 168 - Desce para o Grupo 3 dos Blocos em 2014
7             Boêmios de Inhaúma  - 154 - Desce para o Grupo 3 dos Blocos em 2014
8             Unidos do Uraiti - Artº 14 - Desce para o Grupo 3 dos Blocos em 2014
9             Infantes da Piedade -  N/D - Desce para o Grupo 3 dos Blocos em 2014

Grupo 3
1             Bloco do Barriga - 104 - Sobe para o Grupo 2 dos Blocos em 2014
2             Oba-Oba do Recreio - 103,5      
3             Bloco do China - 99,5
4             Grilo de Bangu - 93
5             Chora na Rampa - 86,5 - Desce para o Grupo 4 dos Blocos em 2014
6             Mocidade da Mineira - 84 - Desce para o Grupo 4 dos Blocos em 2014
7             Unidos de Tubiacanga - 67,5 - Desce para o Grupo 4 dos Blocos em 2014
8             Água Branca - Artº 14 - Desce para o Grupo 4 dos Blocos em 2014

Grupo 4
1             Nova Campina – 102 - Sobe para o Grupo 3 dos Blocos em 2014
2             Parada Angélica-  Artº 14            
3             Arranco de Piabetá - Artº 14
4             Cometas do Bispo - Artº 14
5             Roda Quem Pode - N/D

Não foram encontradas informações sobre o que se trata o Artº. 14 citado para algumas escolas. Quanto ao N/D, provavelmente significa que a escola/bloco não tenha desfilado.

Para 2014 os desfiles estão assim definidos:

Grupo Especial
Vila Isabel  • Beija-Flor  • Unidos da Tijuca  • Imperatriz  • Salgueiro  • Grande Rio  • Portela  • Mangueira  • União da Ilha  • São Clemente  • Mocidade  • Império da Tijuca

Série A
Inocentes  • Viradouro  • Império Serrano  • Estácio  • Rocinha  • Caprichosos  • Padre Miguel  • Renascer  • Porto da Pedra  • Santa Cruz  • Cubango  • Parque Curicica  • Paraíso do Tuiuti  • Alegria da Zona Sul  • União de Jacarepaguá  • Tradição  • Em Cima da Hora

Grupo B              
Sereno  • Jacarezinho  • Vila Santa Tereza  • Arranco  • Império da Praça Seca  • Favo  • Sossego  • Lucas  • Vila Kennedy  • Ponte  • Cabuçu  • Unidos de Bangu  • Engenho da Rainha

Grupo C              
Villa Rica  • Difícil é o Nome  • Rosa de Ouro  • Boi da Ilha  • Mocidade de Vicente de Carvalho  • Mocidade da Cidade de Deus  • Dendê  • Boca de Siri  • Abolição  • Santa Marta  • Leão  • Arame

Grupo D             
Vigário Geral  • Arrastão  • Lins Imperial  • Gato  • Amarelinho  • Cosmos  • Manguinhos  • Matriz de São João  • Anil  • Chatuba  • Mocidade de Inhaúma  • Vargens  • Imperial

Grupo 1 (Blocos)            
Vizinha Faladeira  • Flor da Mina  • Tradição Barreirense  • União da Ponte  • Coroado de Jacarepaguá  • Império do Gramacho  • Flor da Primavera  • Colibri

Grupo 2 (Blocos)            
Vaz Lobo  • Canários  • Magnatas  • Cabral  • Raízes da Tijuca  • Laureano  • Novo Horizonte  • Manguariba  • Barriga

Grupo 3 (Blocos)            
Alto da Boa Vista  • Boêmios  • Uraiti  • Infantes  • Oba-Oba do Recreio  • Bloco do China  • Grilo de Bangu  • Esperança de Nova Campina

Grupo 4 (Blocos)            
Chora na Rampa  • Mocidade da Mineira  • Tubiacanga  • Amizade da Água Branca  • Parada Angélica  • Arranco de Piabetá  • Cometas do Bispo