domingo, 27 de fevereiro de 2011

Revoluções no Mundo Árabe: Epidemia da Força Popular

Allan Mahet

A queda de dois regimes ditatoriais no Oriente Médio/Norte da África proporcionou algo pelo qual o povo esclarecido e pensante do mundo aguardava, um exemplo. Um exemplo de movimento popular legítimo bem sucedido e longe de servir como massa de manobra. A confiança na vitória alimentou os anseios da população de diversos países que avançam sobre o poder instituído.
E como dito em postagem anterior, pelo menos mais cinco países passam por levantes populares.

Na Líbia, onde Muammar Khadafi (Gadhafi, Kadafi, etc.) está há 42 no poder, os protestos que reivindicam a saída do ditador, liberdade de imprensa, diminuição da pobreza e mais empregos estão sendo violentamente reprimidos, resultando em cerca de 1000 mortes até agora. Na Líbia, a pobreza extrema atinge cerca de 7,5% da população e 1/3 dos jovens não possuem condições de entrarem no mercado de trabalho.

O rígido controle do governo sobre a imprensa e a internet tem dificultado o acesso a informações e criado empecilhos à mobilização popular, contudo os sindicatos tem conseguido manter a organização dos movimentos.

Os manifestantes acusam o governo de contratar mercenários estrangeiros para atacar a população desarmada. Franco atiradores, pagos pelo governo, alvejaram diversos manifestantes na cidade de Benghazi e o governo tem se usado de aviões para abrir fogo contra populares.

Muammar Khadafi (Gadhafi, Kadafi, etc.) está promovendo um genocídio e parece torcer por uma guerra civil na qual possa usar todo seu poder armamentício contra o povo. A posição governamental é de resistir até a última bala. Porém a exemplo do que ocorreu no Egito, mesmo diante dos corpos nas ruas, a população não está recuando. Também já começaram a aparecer alguns rachas nas forças armadas, tanto de alto escalão como simples soldados que podem acelerar a queda do mais antigo ditador do mundo (alguns soldados que se recusaram a atacar a população com bombardeios de caças e pousaram em países vizinhos, outros ejetaram-se e explodiram seus aviões sobre o deserto, mas alguns acabaram fuzilados por desobediência). O ditador bem que tentou minar as forças rebeldes antes mesmo de entrarem em ação. Ocorreram prisões de ativistas, avisos amedrontadores foram dirigidos à população, o trabalho da imprensa foi restringido assim como o acesso à internet, mas sua estratégia não funcionou a contento.

A megalomania e excentricidade do ditador das quarentas guarda-costas virgens, pode transformar o levante na Líbia em uma das mais sangrentas lutas revolucionárias da atualidade. Contudo sua queda já e tida como inevitável. Com 'desertores' de todos os lados, de diplomatas e ministros à militares, o ditador vai se isolando, a última gota de sangue que o mesmo citou, pode assim, estar próxima de cair.

Sua trajetória nessas quatro décadas não e de fácil leitura. O golpe que lhe colocou no poder deu fim à monarquia até então vigente. Logo de início Khadafi (Gadhafi, Kadafi, etc.) exigiu a retirada das bases militares norte-americanas e inglesas do país o que lhe conferiu bastante prestígio junto à esquerda mundial. Também proporcionou maior participação às mulheres na sociedade e mais tarde institui os comitês populares. Já esteve ao lado dos palestinos e depois os expulsou do país. Já comprou briga com Ronald Regan, mas se aproximou de Bush posteriormente. Apoiou movimentos de resistência contra o imperialismo ocidental, mas defendeu os Estados Unidos na guerra ‘contra terror’ e o eixo de mal e agora afirma que está sendo atacado por esse mesmo imperialismo ocidental. Esse mesmo Estados Unidos, hoje, lidera a campanha contra o líder líbio, defendendo sanções contra o país, que irão marginalizar ainda mais a sofrida população da Líbia. 

Sua extravagância talvez só não seja maior que seus óculos. Com modelitos que parecem terem sido feitos pela filha do Dunga (segundo macaco Simao da Band News), Muammar Khadafi (Gadhafi, Kadafi, etc.) é uma figura bizarra talvez só comparada à Idi Amin Dada que comandou Uganda com braço de ferro e loucas ideias entre 1971 e 1979. Alguns analistas defendem a ideia de que a sustentação de Khadafi (Gadhafi, Kadafi, etc.) durante tanto tempo deveu-se em parte por ter sido protegido do ex-presidente egípcio, Gamal Abdul Nasser o que lhe conferiu certa ‘áurea’ protetora.

Já visto como esperança revolucionária, hoje, diante da esagnação, conservadorismo e estreitamento com os interesses imperialistas ocidentais , que seu governo atingiu, Muammar só tem um destino, a história.

Marrocos
Diferentes grupos, entre eles o Movimento por Mudanças 20 de Fevereiro, em pontos distintos das cidades de Marrakesh, Tanger, Casablanca e Rabat a capital, gritam contra a deterioração dos serviços públicos, o aumento de preços, corrupção e por mais justiça e trabalho.
Apesar de as manifestações não atingirem o nível dos demais países próximos em termos de organização e potencial, o governo, de sobreaviso, expôs que nutria preocupação de que deslizes da população poderiam resultar na perda do que até agora foi conquistado em termos de desenvolvimento econômico. Ao contrário dos demais movimentos, não há no Marrocos a intenção pela queda do governante máximo, o Rei Mohammed VI, muito devido a condição econômica superior aos seus vizinhos e enxergarem que mudanças devem ser realizadas, porém com certa dose de parcimônia.

Argélia
Convocadas pela Coordenação Nacional para a Mudança e a Democracia - CNCD, cerca de três mil pessoas furaram o bloqueio policial e chegaram à Praça do Primeiro de Maio e em coro bradaram lemas contra o governo de Abdelaziz Buteflika. Quase mil policiais foram encaminhados ao local para reprimir o movimento. Em Argel, capital do país, manifestações são proibidas desde 2001. A CNCD é uma organização que congrega diversos partidos, representantes da sociedade civil e sindicatos que foi fundada em Janeiro a reboque das manifestações ocorridas no pais que resultaram em 5 mortos e 800 feridos. A primeira vitória do movimento foi o levantamento do estado de emergência que vigorava no país há 19 anos e foi responsável pela morte de mais de 150 mil pessoas.

Bahein
No Bahein as manifestações tem se concentrado na Praça Pérola e reivindicam a renúncia do gabinete de governo e libertação de prisioneiros políticos. O príncipe Salman Bem Hamad al Khalifa, incumbido pelo pai, o rei Hamad bin Isa al Khalifa, para estabelecer a negociação, tenta uma saída amigável, mas a maioria xiita (a família real é sunita) não enxerga alternativa a não ser as reformas que se reflitam em avanços para toda a população e em especial aos marginalizados xiitas.

Iemem
No Iemem a luta do povo é contra o governo de Ali Abdullah Saleh. A oposição parlamentar se uniu aos manifestantes que ocuparam a frente da Universidade de Sanaa. Neste dia 23 de Fevereiro foi a vez de sete parlamentares do partido do governo abandonarem Saleh em protesto contra a violência imposta aos manifestantes que matam ao menos duas pessoas por dia. Há 32 anos no poder Saleh já sinalizou que não concorrerá nas próximas eleições em 2013 e nem repassará seu poder ao filho. Uma coalizão de partidos da oposição aceitou essa posição como uma oferta de diálogo. Porém os protestos seguem.


Para saber mais:

http://www.viomundo.com.br/voce-escreve/juan-cole-um-balanco-da-revolucao-popular.html


http://www.viomundo.com.br/voce-escreve/nyrb-o-1789-do-mundo-arabe.html


http://www.pstu.org.br/


http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=148519&id_secao=9


http://www.granma.cu/espanol/internacional/26sab-Levantamientos.html


segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Não Existe Mais Asterisco. Mas o Preço pode ser Alto.

Acabou. A ignóbil torcida arco íris, que alimentava a injustiça há anos propagada não possui mais argumentos e terão de engolir o maldito asterisco colocado ao lado do ano de 1987 toda vez que citavam os 6 títulos do Flamengo. 


O único problema é que custo essa vitória poderá ter. 


Logicamente não foi baseado em nenhum estudo bem detalhado entregue pelo Flamengo que o senhor Ricardo Teixeira decidiu reconhecer o título que o Mengão ganhou em campo. 


Assim como, não foi por causa de uma análise jurídica que ele mandou (a entrega foi realizada pela Caixa baseando-se em documentos da CBF) a Taça das Bolinhas para o São Paulo. 


O reconhecimento da CBF nesta Segunda apenas ilustra em que mãos encontra-se o nosso futebol. Se não ocorreram fatos novos ao longo desses anos, quer dizer que esta decisão poderia ter sido tomada desde sempre. Se ela não o foi é porque algum interesse existia. E este interesse é o mesmo de hoje: o poder.


Tudo não passa de uma jogada política na qual a CBF pretende esgarçar a relação entre São Paulo e Flamengo, líderes da oposição ao senhor Ricardo. E ao que tudo indica, parece ter atingido seu objetivo. No momento em que Juvenal Juvêncio aceitou a provocação da CBF e recebeu a Taça das Bolinhas contrariando sua própria decisão em 87, criou um clima nada amistoso com o Flamengo. E agora o rubro negro em seu direito, como primeiro Penta Campeão Brasileiro, exigirá sua Taça e colocará mais lenha na fogueira. 


De sua confortável cadeira, Ricardo Teixeira só tem a comemorar. Em em curto período de tempo ele conseguiu presentear membros da oposição com a unificação (dos pseudo campeonatos brasileiros de 59 à 70) e rachar o Clube dos Treze colocando Flamengo e São Paulo em rota de colisão. Já existe inclusive a possibilidade de o Flamengo sair do C13, assim como o Corinthians, ambos por questões relativas a cotas de TV, e claro, alimentado pelos últimos acontecimentos. 


Como bem lembrado pelo meu amigo, vascaíno, Marcelo Monção no facebook, o procesesso de sedução do Flamengo e Corinthians para fundarem o Ciube dos 7, vislumbra a permanência do domínio da Globo. A decisão da justiça de que a emissora carioca não deverá pussuir privilégios na 'licitação' para a transmissão dos próximos três anos do Campeonato Brasileiro ao que parece, afeta aos interesses de Ricardo Teixeira que a todo custo pretende enfraquecer Fabio Koff e sua gestão no C13. 


A maniplução por traz desse título durante todos esses anos atinge seu resultado prático. O Flamengo deixa a oposição a Ricardo, larga o C13 junto o outro gigante do futebol brasileiro, fundam um liga que irá negociar os acordos comerciais com a Globo e enfraquecem justamente a entidade que organizou aquele campeonato de 87.


Ricardo Teixeira possui um projeto de perpetuação no poder, assim como os ditadores do Oriente Médio mas diferente de lá, aqui parece que o manda chuva conseguiu enfraquecer a oposição e sair vitorioso.


Veja aqui a resolução da CBF reconhecendo o título do Flamengo.


Transcrevo aqui um ótimo texto de Gustavo de Almeida que peguei no blog Eclipse.


Ele consegue expor fatos históricos inquestionáveis para acabar com a falácia do não reconhecer o título de 87 do Flamengo.


"Admito que sou contra qualquer discussão sobre o incontestável (pelo menos para seres humanos de bom senso e não para doidos varridos ou gente desonesta) título rubro-negro de 1987, conquistado em vitórias épicas sobre esquadrões como o Atlético Mineiro e o Internacional de Porto Alegre. (...)


Os torcedores mais novos conseguem acreditar realmente que a CBF é uma instituição tão proba e honesta quanto um convento de irmãs carmelitas descalças, por isso repetem a ladainha de que o Mengão é (só) penta como se fosse isto um mantra que lhes trouxesse paz, glória e tranqüilidade.


Eu decidi que, de agora em diante, tratarei como pessoa desonesta e sem escrúpulos todo aquele que não reconhece o HEXA Rubro-Negro como legítimo. Quem tiver este comportamento, para mim, é igual a quem apóie a pizza do Renan, o Mensalão do Lula, os anões do Orçamento e o esquema PC Farias.


Para entender melhor o motivo de tanta veemência, um pouco de história: em 1987, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), recém-criada da antiga Confederação Brasileira de Desportos (CBD), vivia grave crise financeira e um monumental descrédito. O campeonato do ano anterior tinha repetido os tempos da Arena (“Onde a Arena vai mal, um time no Nacional/Onde a Arena vai bem, outro time também”). Exatos 44 clubes haviam disputado o campeonato, que terminou com a justa vitória são-paulina. Mas o prejuízo amargado pela CBF ameaçava até mesmo a realização do certame de 1987.


Por causa disto, os treze maiores clubes do Brasil, liderados pelo sr. Carlos Miguel Aidar – então presidente do São Paulo – fecharam um patrocínio com a TV Globo e convidaram mais três clubes para formar um campeonato com 16 clubes. A CBF concordou com tudo. O campeonato começou já com grandes rendas, muito emocionante, com todos jogando contra todos e não divididos em grupos, sorteados de forma que um time grande jogava contra o Arapiraca e outro jogava contra um time grande.


Diante do sucesso iminente do campeonato, se irritaram os srs. Otávio Pinto Guimarães e Nabi Abi Chedid (nota: pessoas que inspiram VOCÊ, que ataca o título rubro-negro), que se mantinham anos no poder na CBF graças à estratégia (até hoje usada em algumas federações) de se apoiar em clubes pequenos. Tudo que Otávio e Nabi NÃO queriam era a autonomia dos grandes clubes que, com sua popularidade, não precisavam da CBF para organizar campeonato – como acontece na Europa, onde, por exemplo, a Premier League inglesa não é a mesma entidade que gere a seleção nacional.
Diante da oposição da dupla, os clubes grandes criaram o Clube dos Treze e impuseram a criação de um campeonato com menos clubes. Se realizaram dois campeonatos paralelos, o Módulo Verde, do Clube dos Treze, com 16 clubes, e o Módulo Amarelo, organizado pela CBF com 15 clubes que haviam sido excluído do Clube dos 13. O módulo verde era a Copa União.


Quando já haviam sido jogadas cinco rodadas, a CBF impôs o cruzamento dos dois módulos, uma virada de mesa, um golpe que quem apóia só pode ser gente de má-fé. O vencedor do quadrangular, anunciou a CBF, seria o campeão brasileiro. Os dirigentes de TODOS os clubes que disputavam a Copa União recusaram-se a cumprir a determinação, mesmo porque a competição não era organizada pela entidade. Quando houve essa recusa geral dos 13, ainda não se sabia quem estava mais perto de ganhar. A Copa União – como foi batizada - começou em setembro, e seguiu normalmente até dezembro, assim como o tal campeonato promovido pela CBF.









A final da Copa União, como se sabe, foi disputada entre Flamengo e Internacional, vencida por 1 a 0 no Maracanã (no primeiro jogo o Mengão empatou em 1 a 1). No mesmo dia em que Flamengo x Inter jogavam diante de mais de 100 mil pessoas no Maracanã, Sport e Guarani decidiam o título do inexpressivo Módulo Amarelo.


No primeiro jogo, realizado em Campinas em 6 de dezembro de 1987, o Guarani venceu por 2 a 0. No jogo de volta, dia 13, em Recife, o Sport devolveu o placar.


A prorrogação terminou em 0 a 0. Os dois clubes partiram para a decisão por pênaltis. Acabou em 11 a 11. Ninguém no resto do país, enquanto isso, tomava conhecimento dessa estranha e bizarra cerimônia. No Rio, se estampava uma paisagem vermelha e preta para todo o mundo com a alegria de Zico, Júnior, Leonardo, Aldair, Zinho, Renato Gaúcho e Bebeto.


Ninguém no país inteiro viu que os presidentes do Sport, Homero Lacerda, e do Guarani, Leonel Martins de Oliveira, entraram em campo e acordaram em dividir o título. Cansados de ver aquela patética decisão por pênaltis, apertaram as mãos e disseram ao árbitro maranhense Josenildo Santos que iriam dividir o título. E o jogo foi encerrado.


Só que em 21 de janeiro de 1988, o presidente do Conselho Nacional de Desportos, Manoel Tubino, veio a público afirmar que era o Flamengo, e não a dupla Sport-Guarani, o VERDADEIRO campeão brasileiro de 1987. A afirmação de Tubino contrariou a dupla que comandava a CBF, formada por Otávio Pinto Guimarães e Nabi Abi Chedid.


A zona se instaurou de vez quando, na hora de organizar o tal quadrangular bizarro, a própria CBF se embananou: quem é o vice do módulo amarelo, se Sport e Guarani dividiram o título? Quem vai pegar o Flamengo? Sim, a verdade é esta: o CRUZAMENTO, SE HOUVESSE, DEVERIA SER ENTRE O FLAMENGO E O VICE DO AMARELO, E NÃO EXATAMENTE CONTRA O SPORT.








Surgiu a proposta de Bangu e Atlético-PR, eliminados respectivamente por Sport e Guarani nas semifinais, participarem do torneio, que viraria assim um hexagonal. Não aconteceu. Sport e Guarani então fingiam que cumpriam a tabela e chegaram à decisão do que a CBF chamava de Campeonato Brasileiro. O primeiro jogo, em Campinas, no dia 31 de janeiro de 1988, acabou 1 a 1. O segundo, em 7 de fevereiro, em Recife, o 1 a 0 para o Sport. E a entidade o proclamou campeão. Quando gente da laia de Emerson Leão, diz, por exemplo, que “o Flamengo fugiu do Sport”, além de estar delirando, não conhece a História: o Flamengo não deveria enfrentar o campeão após a decisão, e sim o vice do módulo amarelo, que nunca existiu.


Isto considerando que o cruzamento era uma jogada imunda de Nabi e Otávio.


O minimamente correto nesta decisão estapafúrdia seria que o Atlético-PR e o Bangu decidissem quem era o vice e, um deles, ostentando tal condição, participasse da decisão. O jornalista Roberto Assaf, muito criteriosamente, lembra que ninguém defende o título que o Vila Nova de Minas levantou ao ganhar a Segunda Divisão de 1971, no primeiro ano em que a CBF tornou o Brasileiro oficial. O Vila ganhou o campeonato e foi sumariamente excluído da Primeira Divisão em 1972.


É verdadeiramente inacreditável como pessoas de razoável bom senso e pretensamente honestas podem apoiar uma barbaridade destas como se houvesse algo minimamente regular, legal, legalizado. Um cruzamento sem vices (aliás, talvez daí a implicância dos vascaínos, deveriam ser convocados para tal papel), um cruzamento decidido na quinta rodada com o campeonato em andamento, um regulamento assinado por todos, e MESMO ASSIM se diz que a CBF é quem decide tudo.


O papel dos torcedores do Sport é semelhante ao de alguém que cava uma vaguinha no serviço público sem concurso. Dizem que são campeões brasileiros de um ano em que não enfrentaram NENHUMA das grandes equipes do futebol brasileiro – o Vasco de Tita e Dinamite campeão estadual, o próprio São Paulo, o Santos, o Atlético Mineiro, o Fluminense, o Botafogo. Tal afirmação de que o campeão é o Sport DESONRA TODOS OS OUTROS CLUBES. “Como um time que não nos enfrentou pode se proclamar campeão?”, deveriam perguntar todos. É, talvez, a pior forma do jeitinho brasileiro, de conquistar sem fazer força, na canetada, o que os outros suam para conseguir. E tal mentalidade é propagada graças a uma manobra repugnante de seres lamentáveis que administravam a CBF – esta mesma CBF que hoje diz que “uma CPI do Futebol atrapalharia a Copa no Brasil”.




Para saber mais:


http://globoesporte.globo.com/platb/esportelegal/2011/02/21/cbf-muda-novamente-de-opiniao-fla-e-declarado-hexa/

http://globoesporte.globo.com/platb/ilanhouse/2011/02/21/fla-hexacampeao-antes-tarde/


http://www.ricaperrone.com.br/2011/02/9477/

sábado, 19 de fevereiro de 2011

O Manto Sagrado dá as caras - ATUALIZADO

O manto sagrado está surgindo e com a justa homenagem ao mundial de 81. Além de um selo comemorativo na parte direita da camisa o próprio uniforme é inspirado naquele usado pelo time de Zico e Cia. 


O ótimo blog http://mantorubro-negro.blogspot.com/ que dentre diversos mockups de camisas do mengão, previu com cerca de 90% de acerto como seria o manto de 2011. 


A Olympikus liberou apenas algums imagens, mas no site da centauro (não estou ganhando nada para isso) dá para conferir mais fotos que nos dão uma várias pistas de como será o uniforme.

Camisa 2: http://www.centauro.com.br/DetalheProduto.aspx?cm=772303&cc=49&produto=Pr%C3%A9-Venda%3A+Camisa+Olympikus+Flamengo+II+Ronaldinho

Camisa 1: http://www.centauro.com.br/DetalheProduto.aspx?cm=772302&cc=19&produto=Pr%C3%A9-Venda%3A+Camisa+Olympikus+Flamengo+I+Ronaldinho


Mockup do Blog: Manto Rubro Negro

Foto: Divulgação

Mockup do Blog: Manto Rubro Negro

Com as informação contidas no site da Centauro. R. Konder, do blog http://mantorubro-negro.blogspot.com/ citado acima, elaborou novos mockups. 

O uniforme número 1 não me animou muito. A lista fina e arredondada não ficou legal e as propostas de listas mais largas ficaram muito melhores, além de funcionar bem para o patrocinador, mesmo que seja grande, pois não irá passar de uma listar para outra. 

Já a branca... Bom, esse desenho de listras no braço e ombro não tem como ficar ruim. 

Vejam abaixo os mockups do Konder:







 

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Enfim.

Acompanhar a história sendo feita, ali na sua frente, é um privilégio que acontece de tempos em tempos. E nesta sexta-feira presenciamos um importante capítulo sendo escrito na história mundial. O faraó, como os egípcios chamavam Mubarak, caiu. Após quase vinte dias de grandes manifestações e pressões internacionais, o ditador múmia arregou e levou junto sua cópia, o vice Suleiman.

Um feito extraordinário fruto da mobilização e resistência do guerreiro povo egípcio. E essa febre de luta já contaminou outros países e podemos ter uma onda de revoluções no mundo árabe ao longo do ano. Síria, Jordânia, Arábia, Argélia e Iêmen poderão passar pela transformação iniciada pela Tunísia.

Agora o Egito fica sob comando de uma junta militar que irá dissolver o parlamento e o congresso, levantará o estado de emergência imposto há 30 anos e chamará eleições para Setembro (já prevista) onde promete combater tentativas de fraude. Pode parecer estranho para nós brasileiros, que já vimos coisa parecida em 64, imaginar que milico no poder possa ser sinal de progresso. Contudo o comando do exército se tornou notório por, ao contrário da polícia, permitir as manifestações e em certos momentos demonstrar clara intenção de não apoiar Mubarak. O próprio alinhamento do exército aos anseios populares e não divagando entre o apoio irrestrito ao líder máximo e nem insurgir em um golpe, transparece uma perspectiva progressista das forças armadas. Esse mesmo comando se posicionou contrário a solução de Washington de fazer Mubarak transferir todo o poder ao vice. Deu no que deu. As massas continuaram nas ruas e a múmia não aguentou a pressão.

A força popular impressionou não somente pela resistência aos ataques da polícia e dos partidários de Mubarak, mas principalmente por ter se organizado sem uma liderança cooptadora. O movimento popular, insurgente, revolucionário, nasceu da insatisfação do povo e se fortificou na convergência de desejos e aspirações mútuas. Óbvio que a colaboração da Fraternidade Islâmica foi significativa, mas em nenhum momento se apresentou como frente. A unidade popular rompeu diversas barreiras. Estudantes, trabalhadores, desempregados, cristãos e muçulmanos, em uníssono gritaram contra a opressão, a miséria e o desemprego. 'Vamos arrancá-lo daí', era o que se ouvia na Praça Tahrir.

Apesar do claro apoio dos Estados Unidos e Israel ao ditador, travestido pelos últimos discursos de Obama em apoio ao povo egípcio, na verdade ambos se viram aliviados com a saída de Mubarak, pois como dito em minha postagem anterior quanto mais Mubarak retardava sua saída, mais difícil ficaria para ambos os países construírem apoios políticos no governo egípcio.

Mesmo que a renúncia tenha sido um bom negócio, será difícil a manutenção do status quo representado pelo alinhamento sistemático egípcio às políticas externas norte-americana e de Israel. E uma primeira mudança neste sentido poderá consistir no desbloqueio a Gaza permitindo o trânsito de pessoas e bens à região pela fronteira em Rafah, contrariando os interesses israelenses. Em consonância com os interesses de liberdade, o fim da polícia secreta que promove perseguição à opositores, também já é sinalizada como certa.

Agora os acontecimentos pós renúncia precisam ser acompanhados atentamente, pois mesmo considerando que a junta militar possa encaminhar o país, em brancas nuvens, até Setembro não é aconselhável que se deixe as coisas fluírem ao vento. Em momentos pós crise, quando o Estado ainda encontra-se gelatinoso, podem surgir brechas para coisas piores emergirem e de assalto cooptarem o resultado da luta das massas. No mais, a vitória tem de ser comemorada por todos que creem na força de vontade de uma nação e que este se sobrepõe a qualquer interesse interno ou externo que coloquem em cheque a sobrevivência e a liberdade do povo.

Parabéns à Nação Egípcia !

Nota 1: Bem que poderíamos trazer uns egípcios pra cá. Mas tenho receio se nosso imobilismo e pacifismo covardes possam contaminá-los. Nossa historia diz sobre nós. No único momento de ação popular sobre o poder instituído (luta armada contra a ditadura) é mau visto por grande parte da população que defende a volta dos militares ao poder. Será que o lema de câmara cascudo é realmente correto? ‘O melhor do Brasil é o brasileiro?’

Nota 2: Como a história muda depressa. Na manhã seguinte ao ‘Dia do Fico’ de Mubarak, eu comecei a escrever um texto sobre a decisão do ditador no ônibus a caminho do trabalho, mas à tarde ele resolveu entregar o cargo. Ou seja, tive de começar outro texto, mas aqui escrevo o trecho que consegui realizar.

Larga o osso Mubarak !

Obama disse que haveria a possibilidade de Mubarak renunciar nesta Quinta-Feira. Milhões de pessoas se juntaram às outras milhões que estavam nas ruas para ver e ouvir o pronunciamento do presidente e vibrar quando este jogasse a toalha. Mas sabe aquela sensação de ver seu time perdendo uma final de campeonato em casa (tipo: Flamengo x Santo André, Fluminense x LDU, Botafogo x Juventude e Vasco x Corinthians), os egípcios devem ter sentido algo bem pior.

Classificando-se como um grande pai falando aos filhos, Mubarak disse ao povo que 'fico'. Também afirmou que passará parte de seus poderes (sem dizer quais) para o vice, o que na prática não diz muita coisa, pois, este é um de seus maiores aliados.

O presidente se garantiu no poder até Setembro quando irão ocorrer eleições, segundo ele, sem os entraves que impediam um processo eleitoral justo. Uma admissão de fraude explícita e absurda. Nada muito grave para quem está acostumado com o Brasil.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Parabéns ao Povo do Egito



Allan Mahet

Bem interessante o que está ocorrendo no Egito. A aparente calma que a capital passou no último Domingo depois de um princípio de acordo entre governo e oposição era somente isso, aparente. Coisa de Domingo.

Nesta Terça-Feira a mobilização da população atingiu o maior nível e dezenas de milhões de pessoas saíram as ruas num sinal claro de força, organização e crença em futuro de maior liberdade, livre das amarras burguesas e dos desmandos norte-americanos.

Não adiantou soltar presos políticos, levantar uma reforma constitucional e afirmar que as comunicações desfrutariam de maior liberdade.

Hosni Mubarak tem que cair. Já não interessa apenas a diminuição do seu poder. A sua presença no governo representa um modelo fracassado. A sua figura traduz uma insistente permanência dos podres poderes que usurparam a riqueza e a liberdade do povo egípcio ao longo de três décadas e sua continuidade será a demonstração de permissividade do povo com seu algoz.

A hipocrisia Yanke

Nos últimos dias, além da tentativa de acordo outro fato que marcou a revolução popular foi a pressão norte-americana para desistência de Mubarak em continuar no poder. Apesar de importante aliado, sua permanência no poder dificulta a construção de base política norte-americana para o pós-revolução, ou seja, quanto mais se retarda sua saída mais difícil fica para que aliados dos Yankes assumam posições importantes em um governo de transição que garantam parte da influência hoje existente. Quero acreditar que a política externa de Obama tende a ser menos 'imperialista' do que a de Bush e sua trupe republicana, contudo é difícil pensar que sua única intenção seja devolver o país aos seus cidadãos. 

Revolucionários do Mundo: Uni-vos 

Em solidariedade à população egípcia diversas pessoas de outras partes do mundo estão se juntando ao povo nas ruas da capital e outras cidades, alimentando o movimento e escrevendo importante página na história de país e do mundo. 

domingo, 6 de fevereiro de 2011

O Egito como exemplo

Allan Mahet


Há mais ou menos três semanas, manifestações ocorridas na Tunísia derrubaram o governo de Zine Al-Abidine Bem Ali, desde 1979 no poder.

No dia 25 de janeiro, 10 mil pessoas (segundo o governo local) se mobilizaram no Egito exigindo a saída do presidente Hosni Mubarak enfrentando a polícia no, batizado, dia de fúria.

Em menos de uma semana o número de manifestantes subiu para 1 milhão e os embates com as forças policiais fizeram mais de 100 mortos, 3000 feridos e nenhum pedido de renúncia do governante, apesar dos apelos europeus e cínicas solicitações norte-americanas, que há três décadas está no poder, após um golpe que matou o então presidente Anywar Sadat em 1981.

As nomeações do vice Omar Suleiman e do premier Ahmed Shafiq não satisfizeram o povo, que há trinta anos vive sob um regime de emergência que restringe liberdades individuais e coletivas. Devemos levar em consideração que população egípcia não chega a metade dos 190 milhões que temos aqui no Brasil e que manifestações sem autorização prévia são proibidas no país.

Com este cenário montado, os atos que estão ocorrendo são de extrema relevância, principalmente se compararmos a passividade brasileira que excetuando-se no carnaval, demandaria esforço hercúleo para mobilizar tamanha massa. A insatisfação e o brio egípcio romperam com o legalismo e possíveis discordâncias teóricas promovendo uma aguerrida sublevação de seu povo.

O uso da tecnologia, normalmente associado ao sedentarismo e banalidades se tornou para os egípcios em uma peça fundamental nesse esforço de organização, através das mensagens de 140 caracteres do twitter, uma ferramenta extremamente controlada pelo governo, servindo de arma para a população e condição sine qua non para o sucesso da mobilização, que apesar de não ter atingido (ainda) seus objetivos, que é a deposição do presidente, já nos ilustra como exemplo e pode denotar uma realidade de nosso mundo contemporâneo, no qual não há mais espaço para sistemas arcaicos que subjugam milhares para o bem estar de uma minoria.

Tendo sido iniciada na Tunísia há quase um mês, como dito acima, a revolta popular contra governos totalitários, avança pelo oriente médio.

Na Argélia, protestos contra o governo resultaram em vários mortos e dezenas de feridos. O estado temendo o fortalecimento do movimento baixou preços de diversos produtos. Contudo a tentativa funesta em abrandar o avanço popular não conteve os manifestantes que promovem saques a edifícios do governo e agências bancárias.

Quase ao mesmo tempo em que o Egito estava sendo sacudido, a Jordânia também atravessava um momento de articulação popular onde milhares gritavam contra o alto custo de vida e a política econômica do governo. No Iêmen cerca de 20 mil pessoas na capital do país se levantaram contra Ali Abdallah Saleh que está no poder há 32 anos.

Na terra das pirâmides mais conhecidas do mundo, Hosni Mubarak tenta se manter no poder a tudo custo. Já acabou com a internet, colocou tanques nas ruas e agora a guarda nacional-pessoal esta a paisana nas principais cidades para organizar movimentos de apoio ao ditador e fazer parecer que conta com apoio de uma parcela da população. Essa estratégia também disfarça as mortes de manifestantes de oposição que não entram na conta da truculência estatal, e sim como vítimas do embate entre populares.

Neste Domingo (06/02) a última cartada do Mubarak foi a de negociar uma reforma constitucional com grupos de oposição. Um dos pontos será a imposição de limites ao poder da Presidência. Foi prometida pelo governo a liberdade de imprensa, liberdade na internet e a libertação dos presos durante os confrontos de rua dos últimos dias. Também há chances de o estado de emergência citado anteriormente ser revogado. Segundo a imprensa, não haverá perseguição aos líderes dos movimentos. Contudo a oposição ainda não bateu o martelo em relação ao acordo, mas nas ruas a situação é de relativa calma e diminuição dos protestos.

A revolta egípcia atinge em cheio aos interesses estadunidenses e israelitas, pois o Egito, assim como Arábia entre outros, são aliados importantes do imperialismo norte-americano e da política sionista, respectivamente. Analistas, como M K Bhadrakumar do Ásia Times On-line identificam claramente essa perda de espaço político na região com os movimentos atuais:
- Não há traço de “antiamericanismo” nos levantes, pelo menos até agora. Mas os regimes que vierem a estabelecer-se farão oposição séria ao apoio monolítico dos EUA a Israel, e não será questão de rotina. A principal preocupação de Israel será que as novas realidades no Oriente Médio talvez obriguem os EUA a reprogramar sua visão regional.

Óbvio que estamos a léguas de distância de reformas estruturais que orientem a outra ordem societária, porém qualquer movimento do povo, desde que não esteja servindo de massa de manobra (que a priori não parece ser o caso) é bem vindo, deve ser analisado e tomado como exemplo.


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Mohammed Abed/25.01.2011/AFP




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