terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Os 50 melhores (maiores) sambas enredo de todos os tempos - Mangueira 1955 (TOP 15)

'Cântico à Natureza' é um samba enredo escrito por Alfredo Português, Jamelão e Nelson Sargento, e gravado por Angenor de Oliveira, ninguém menos que o grande Cartola. Um samba clássico, porém meio esquecido. Uma letra belíssima, um magnífico refrão inicial e uma melodia gostosa de ouvir. Nesse ano de 1955 a Estação Primeira ficou em 2º lugar no desfile no qual saiu campeã a Império Serrano com 'Exaltação a Duque de Caxias'. Esse enredo foi reeditado' em 1970, mas com outro samba.

Cântico à Natureza (As Quatro Estações do Ano)
Estação Primeira de Mangueira

De Alfredo Português, Jamelão e Nelson Sargento

Brilha no céu o astro-rei
Com fulguração
Abrasando a terra
Anunciando o verão

Outono
Estação singela e pura
É a pujança da natura
Dando frutos em profusão

Inverno
Chuva, geada e garoa
Molhando a terra
Preciosa e tão boa
Desponta
A primavera triunfal
São as estações do ano
Num desfile magistral
A primavera
Matizada e viçosa
Pontilhada de amores
Engalanada, majestosa
Desabrocham as flores
Nos campos,
Nos jardins e nos quintais
A primavera
É a estação dos vegetais

Oh! primavera adorada
Inspiradora de amores
Oh! primavera idolatrada
Sublime estação das flores



segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Os 50 Melhores (Maiores) Sambas Enredo de Todos os Tempos

Faltam menos de 15 dias para o carnaval. E como grande fã da festa popular, sempre nesse período costumo ouvir sambas enredos, antigos em sua maioria, e passeio por sites e blogs que contam histórias de carnavais recentes e longínquos. 

Seguindo a lógica de que o ser humano é um animal que faz listas, sempre desejei ter uma lista de sambas antológicos. São infinitas as desse tipo que se encontra na internet. Quase sempre não contemplam todas as nossas preferências e as omissões podem ser por simples falta de experiência de quem as fez, por gostos diferentes ou, em sua maioria, pelo limitado número de sambas. 

Em minha ingenuidade pensei que aumentando esse número resolveria o problema. Ledo engano. Mais sambas vão surgindo e a listagem vai crescendo. O 'cabalístico' número de 50 sambas me pareceu suficiente, mas mostrou-se desafiante e possivelmente não contemplará todos aqueles que a irão ler a postagem. Diversos ótimos sambas ficaram de fora, outros, mesmo que não apresentem as mais belas e rebuscadas letras foram inseridos pelo sucesso que fizeram e fazem até hoje. Para se ter uma ideia da dificuldade estou preparando uma segunda listagem de 50 sambas (chamado: 'Os Outros 50') e que de início já conta com quase 40 exemplares que não entraram na primeira lista. 

Quem quiser colaborar pode colocar nos comentários suas preferências. Para cada samba aqui descrito coloquei um link para ler e/ou ouvir a letra e além disso o meu TOP 15 merecerá um detalhamento posterior. Espero que gostem.


ESCOLA ANO  ENREDO OUÇA O SAMBA
MANGUEIRA 1955 As Quatro Estações do Ano Clique aqui
TUPY DE BRAS DE PINA 1961 Seca no Nordeste Clique aqui
SALGUEIRO 1963 Xica da Silva Clique aqui
IMPÉRIO 1964 Aquarela Brasileira Clique aqui
SALGUEIRO 1964 Chico Rei  Clique aqui
IMPÉRIO 1965 Cinco Bailes da História do Rio Clique aqui
MANGUEIRA  1967 O Mundo Encantado de Monteiro Lobato Clique aqui
UNIDOS DE LUCAS 1968 Sublime Pergaminho  Clique aqui
IMPÉRIO 1969 Heróis da Liberdade Clique aqui
VILA ISABEL 1969 Yayá do Cais Dourado Clique aqui
PORTELA 1970 Lendas E Mistérios do Amazonas Clique aqui
MOCIDADE  1971 Rapsódia de Saudade Clique aqui
SALGUEIRO 1971 Festa para um Rei Negro Clique aqui
PORTELA  1972 Ilu Ayê (Terra da Vida) Clique aqui
VILA ISABEL 1972 Onde o Brasil Aprendeu a Liberdade Clique aqui
PORTELA 1974 O mundo melhor de Pixinguinha Clique aqui
ESTACIO DE SÁ 1975 Festa do Círio de Nazaré Clique aqui
IMPÉRIO 1976 A Lenda Das Sereias, Rainhas do Mar Clique aqui
EM CIMA DA HORA 1976 Os Sertões  Clique aqui
ILHA  1977 Domingo Clique aqui
ILHA  1978 O Amanhã Clique aqui
VILA ISABEL 1980 Sonho de Um Sonho Clique aqui
PORTELA 1981 Das maravilhas do mar, fez-se o esplendor de uma Noite Clique aqui
IMPÉRIO 1982 Bum, bum paticumbum prugurundum Clique aqui
ILHA  1982 É Hoje Clique aqui
MANGUEIRA  1984 Yes, Nós Temos Braguinha Clique aqui
PORTELA 1984 Contos de Areia Clique aqui
SALGUEIRO 1984 Skindô, Skindô Clique aqui
MOCIDADE 1985 Ziriguidum 2001, Carnaval Nas Estrelas Clique aqui
MANGUEIRA  1986 Caymmi mostra ao mundo o que a Bahia e a Mangueira tem Clique aqui
MANGUEIRA  1988 Cem anos de liberdade, realidade e ilusão Clique aqui
VILA ISABEL 1988 Kizomba, Festa da Raça Clique aqui
ILHA  1989 Festa Profana Clique aqui
IMPERATRIZ 1989 Liberdade! Liberdade! Abre as asas sobre nós Clique aqui
BEIJA FLOR  1989 Ratos E Urubus... Larguem Minha Fantasia Clique aqui
MANGUEIRA  1990 E deu a louca no barroco Clique aqui
MOCIDADE 1990 Vira Virou, a Mocidade Chegou Clique aqui
SÃO CLEMENTE 1990 E o samba sambou... Clique aqui
MOCIDADE 1991 Chuê, Chuá... As Águas Vão Rolar Clique aqui
ILHA  1991 De bar em bar Clique aqui
MOCIDADE 1992 Sonhar não custa nada, ou quase nada  Clique aqui
ESTACIO DE SÁ 1992 Paulicéia Desvairada - 70 anos de Modernismo  Clique aqui
SALGUEIRO 1993 Peguei um Ita no Norte Clique aqui
MANGUEIRA  1994 Atrás da Verde-e-Rosa Só Não Vai Quem Já Morreu Clique aqui
PORTELA 1995 Gosto Que Me Enrosco Clique aqui
VIRADOURO 1997 Trevas! Luz! a Explosão do Universo Clique aqui
UNIDOS DA TIJUCA 1999 O Dono da Terra Clique aqui
VILA ISABEL 2000 Eu Sou Índio, Eu Também Sou Imortal Clique aqui
BEIJA FLOR  2005 O vento corta as terras dos Pampas. Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Guarani. Sete povos na fé e na dor... Sete missões de amor Clique aqui
IMPERATRIZ 2010 Brasil de Todos os Deuses Clique aqui


O meu TOP 15. 

ESCOLA ANO  SAMBA
MANGUEIRA 1955 As Quatro Estações do Ano
TUPY DE BRAS DE PINA 1961 Seca no Nordeste
IMPÉRIO 1964 Aquarela Brasileira
MANGUEIRA  1967 O Mundo Encantado de Monteiro Lobato
UNIDOS DE LUCAS 1968 Sublime Pergaminho 
IMPÉRIO 1969 Heróis da Liberdade
PORTELA 1970 Lendas E Mistérios do Amazonas
MOCIDADE  1971 Rapsódia de Saudade
EM CIMA DA HORA 1976 Os Sertões 
MANGUEIRA  1984 Yes, Nós Temos Braguinha
PORTELA 1984 Contos de Areia
MANGUEIRA  1988 Cem anos de liberdade, realidade e ilusão
VILA ISABEL 1988 Kizomba, Festa da Raça
PORTELA 1995 Gosto Que Me Enrosco
UNIDOS DA TIJUCA 1999 O Dono da Terra

O Ranking. 

ESCOLASAMBAS 
MANGUEIRA  7
PORTELA  6
ILHA  5
IMPÉRIO  5
SALGUEIRO 5
VILA ISABEL  5
MOCIDADE 5
ESTACIO DE SÁ  2
BEIJA - FLOR  2
IMPERATRIZ  2
EM CIMA DA HORA 1
SÃO CLEMENTE 1
UNIDOS DA TIJUCA  1
UNIDOS DE LUCAS  1
VIRADOURO 1
TUPY DE BRAS DE PINA 1


domingo, 11 de agosto de 2013

Anima Mundi 2013



A 21ª edição do Festival Internacional de Animação do Brasil, ANIMA MUNDI 2013, entra em seu último dia aqui no Rio de Janeiro, embarcando em seguida para São Paulo (de 14 a 18 de agosto), e depois percorre outras cidades do Brasil na sua versão itinerante.

Assim como ano passado irei colocar aqui minhas impressões sobre algumas sessões que pude estar presente (Curtas 5 / Curtas 14 / Olhos Neles 1). 

A programação completa vocês podem conferir no link abendereço do festival. 

http://www.animamundi.com.br/pt/festival/



Co sie dzieje, gdy dzieci nie chca jesc zupy
O que acontece quando as crianças não tomam a sopa
(Pawel Prewencki / Polônia)
Dois irmãos tentam terminar a sopa com dificuldade. A porta é aberta e uma luz brilhante adentra o ambiente, oferecendo uma oportunidade para eles se libertarem. Será que eles vão conseguir escapar das consequências de sua desobediência?

Arte bem bacana com bom uso das sombras e luz. A história é um tanto sombria, mas é uma animação bem interessante. 












Graffiti Dança
Graffiti Dança
(Rodrigo Eba! / Brasil)
Na cidade de São Paulo do século XXI, personagens de graffiti dançam bolero dos anos 1950.

A partir de diversos grafites nas ruas de São Paulo e Rio de Janeiro, o diretor Rodrigo Eba produziu um belo filme com harmonia perfeita com a trilha sonora. 












Merci mon Chien 
Vida de Cão
(Julie Rembeauville; Nicolas Bianco-Levrin / Canadá; França)
Embora faça de tudo para agradar a Mãe, o Pai e as crianças, Fifi o cão nerd tenta desesperadamente ler o jornal. Nessa noite, seus esforços não se dão sem risco...

A história do cachorro que queria ler o jornal é engraçada e bem desenhada, só merecia um final melhor.


Snack Attack
Fominha
(Andrew Cadelago / Estados Unidos; Canadá)
Enquanto aguarda para pegar o trem, uma velhinha só deseja comer seus biscoitos em paz. Mas o jovem punk ao seu lado parece querer compartilhar o lanche dela... ou será outra coisa?

Faz parte da fileira de animações engraçadas com uma mensagem no final revelador. A 'briga' entre uma senhora e um punk é muito boa.










Comme des lapins (Chroniques de la Poisse, chap. 2) 
Como os Coelhos
(Osman Cerfon / França)
Segundo capítulo de “Crônicas Pegajosas”. O homem com cabeça de peixe persegue seu brinquedo num parque de diversões, distribuindo aleatoriamente suas bolhas de danação.

Após o filme corretinho acima vem uma animação para fãs do escracho e politicamente incorreto. Uma mistura de mortes, insinuações sexuais e humor negro ao estilo ‘Family Guy’ e ‘American Dad’, com arte que lembra ‘Beavis and Butthead’.




Rossignols en Décembre
Rouxinóis em Dezembro
(Theodore Ushev / Canadá)
E se os Rouxinóis estivessem trabalhando em vez de cantando e indo para o Sul? Não há Rouxinóis em dezembro... O que sobrou foi apenas a história do nosso início, e nosso fim. 

Imagens de pássaros e pessoas em meio a muita coisa esquisita e sem sentido. Uma grande bomba. 




Proteigon
Proteigon
(Steven Briand / França)
Manipular cubos de papel se torna um verdadeiro prazer quando estes ganham vida com a mágica do stop motion.

Mãos e cubos. Simples e muito bacana.












The Last Belle
A Última Bela
(Neil Boyle / Reino Unido)
Wally corre contra o tempo para conseguir chegar num bar para um encontro às escuras, enquanto Rosie espera, sonhando com um encontro maravilhoso... isto é, se ele aparecer.

A saga de um encontro marcado pela internet. Não é espetacular, mas muito divertido.











MacPherson 
MacPherson
(Martine Chartrand / Canadá)
Em Québec, no início dos anos 1930, o poeta Félix Leclerc se tornou amigo de Frank Randolph Macpherson, um engenheiro químico da Jamaica, que o inspirou a compor uma canção sobre o transporte fluvial de troncos.

É um filme bonito, mas não cativa o público.

Ed. Ed.
(Gabriel Garcia / Brasil)
Conheça a extraordinária vida de Ed. Cinquenta anos de muitos amores, aventuras e histórias marcantes. Ninguém imagina por que ele quer acabar com tudo isso. Ótima produção brasileira que conta a história de um coelho prestes a cometer suicídio.

Excelente roteiro e arte. Poderia ter mais uns segundos pra fechar melhor a história, mas deve ser um dos melhores do festival. Produção brasileira de primeiro mundo.


Bird Food
Comida de Passarinho
(Richard Keane / Irlanda)
Um homem planeja almoçar no parque, mas os pombos têm outros planos!

Muito bom. Engraçado, inteligente, excelente duração e com uma surpresa no final. 




Keha Mälu
Memória Corporal
(Ülo Pikkov / Estônia)
Nossos corpos recordam muito mais do que esperamos ou imaginamos. Nossos corpos guardam as histórias dos nossos pais e avós, assim como as dos nossos ancestrais. Mas até que ponto podemos rastrear nossa memória corporal?

Quando você vê as primeiras cenas pensa que verá um filme estranho e quando surgem outras cenas você passa a ter certeza. Sem sentido. Não consegui tirar proveito de uma boa técnica.




Pervobytny Papa 
O Pai Primitivo
(Vladimir Danilov / Rússia)
Um genial inventor pré-histórico tinha um pai muito severo.

Muito básico, muito rápido.




Sleight of Hand 
Artifício
(Michael Cusack / Austrália)
Artifício. “Um conjunto de técnicas usadas por alguém para manipular objetos para enganar secretamente.” Um homem deseja encontrar seu lugar no mundo, mas às vezes é melhor não encontrá-lo.

Inteligentíssimo e bem desenvolvido. É outro que concorre para melhor do festival.




Dip N Dance 
Dance pra não Dançar
(Hugo Cierzniak / França)
Um homem de classe média e meia-idade descobre de um jeito musical que as coisas das quais alguém é dono acabam sendo donas desse alguém.

Divertido mas previsível. Vale o ingresso e só.


A Fábula do Camaleão
A Fábula do Camaleão
(Clayton da Silva Viana / Brasil)
Dois camaleões duelam para decidir quem é o dono do pedaço. Sem o uso da violência, eles demonstram que mudar de cor pode tanto ser uma capacidade aliada como inimiga.

Apenas para crianças, mas trata-se de um trabalho de conclusão de curso, não merece ser tão criticado quanto deveria. 






Pombas!
Pombas!
(Natália Koren; Vinícius Fontoura / Brasil)
Sabe quando você está dirigindo e uma pomba insiste em não sair do caminho? O épico e penoso embate entre um querido vovô e uma estranha ave nos mostra finalmente o outro lado da história.

Melhores que boa parte das animações que concorrem aos prêmios do festival. A dupla tem futuro na animação.




A Fila
A Fila
(Almir Correia / Brasil)
Homens simples. Ratos. Executivos. O que todos eles têm em comum? A fila.

Boa crítica social. Com um trabalho melhor na parte artística ficaria excelente.


Clichê
Clichê
(Valerycka Rizzo / Brasil)
A história de um amor não correspondido.

Um final melhor seria bem vindo, mas é bacana apesar da música Clichê.


Joana
Joana
(Daniel Pinheiro Lima / Brasil)
Joana é uma criança solitária, que vive nas ruas e acredita ter o poder de controlar a chuva. Ela estraga os dias das pessoas acomodadas enviando tempestades, sem se dar conta de que talvez esteja estragando seus próprios dias.

Apesar de críticas à historia é uma animação interessante.


Carpe Diem
Carpe Diem
(Dimitri Kozma / Brasil)
Uma triste criaturinha do planeta blue empreende uma aventura surreal, divertida e musical em busca da felicidade.

Bom! Não mais de que isso.


Estrelas do Mar
Estrelas do Mar
(Miguel Santos de Carvalho / Brasil)
A tarefa aparentemente comum de um pescador noturno se transforma numa imersão fantástica, em que céu e mar, sonho e realidade, se confundem.

Hã? O quê? Acabou? Muito ruim! Ruim mesmo!


Quiriri
Quiriri
(Filipe Cargnin / Brasil)
A jornada de um pequeno elfo para aceitar a sua diferença, em uma sociedade onde a singularidade deve ser mascarada e as vozes dissonantes silenciadas.

Hã? O quê? Acabou? Muito ruim! Ruim mesmo!


O Rei da Montanha de Ouro
O Rei da Montanha de Ouro
(Thaissa Resek / Brasil)
Filme baseado no conto homônimo dos Irmãos Grimm sobre um garoto que deve libertar um reino de uma maldição. Uma homenagem aos trabalhos com recortes de silhuetas da animadora alemã Lotte Reineger.

Hã? O quê? Acabou? Ainda bem, porque ele é pior do que muito ruim. Roteiro fraco, cheio de furos e arte preguiçosa.


Somos Todos Saci
Somos Todos Saci
(Renato / Brasil)
O Saci quer ser aceito no Paraíso dos Mitos e Lendas, mas o Portão, por preconceito, não permite. Será que o Saci conseguirá reverter a situação?

Mas um que não vale a entrada, mesmo que ela seja de graça.


Streets Bloom
Ruas que Florescem
(Kico Santos E Priscilla Ballarin; Kico Santos; Priscilla Marques Ballarin / Brasil)
Uma garota caminha pela cidade enquanto pensa.

Preguiça seu nome é Streets Bloom. Frames repetidos a exaustão em um clipe de uma música chata. Alguém dormiu na hora da seleção de filmes e esse passou despercebido.


Pra te Encontrar
Pra te Encontrar
(Rubens Belli / Brasil)
Um apaixonado e seu violão steampunk partem em uma grande viagem...

Mais um clipe. Não é tão chato quanto ao anterior, mas está longe de ser bom.




Tá Frito 
Tá Frito
(Daniel Batista; Yasmin Rodrigues; Tiago Maia / Brasil)
Pacu e Jaraqui são as espécies de peixes mais presentes na vida do ribeirinho. O que acontece quando essas criaturas de personalidades tão diferentes se encontram no fundo do rio?

Merecia ser um pouco mais longo e mais bem desenhado, mas é muito divertido.




One Man
Um Homem
(Graciliano Camargo / Brasil)
Uma mulher está em perigo. Apenas um homem pode salvá-la! ONE MAN! Músculos de aço, poderes fantásticos e um charme irresistível! O super-herói tradicional, mas com uma diferença...

Mais um com futuro na animação. Arte boa, história legal e divertido final.

terça-feira, 7 de maio de 2013

A Violência com CEP.


Imaginem a cena: 

Do alto de um helicóptero, sobrevoando a orla do Leblon, avista-se uma pessoa saindo de um prédio na Delfim Moreira e entrando em um carro.  "Acho que é ele", diz um dos ocupantes da aeronave. Um outro fala: "é parece ele sim". À noite e 40 metros acima não há como ter 100% de certeza, mas decide-se arriscar. Rajadas de metralhadora são disparadas contra o veículo que segue em movimento pela chique avenida. Alguns apartamentos são atingidos. Carros importados estacionados ao longo da via também são alvejados. O meliante é morto. 

No dia seguinte todos os jornais mostram as cápsulas caídas à rua e as vidraças dos belos apartamentos estilhaçadas. Senhoras bem arrumadas são entrevistadas segurando cachorrinhos com frufru na cabeça. Elas estão chorando, falando do susto que passaram. Jovens com camisa da hering com a inscrição Hollister, pela qual pagaram R$ 100,00, mostram seus carros, que acabaram de ganhar dos pais por passarem no vestibular de alguma faculdade privada, perfurados por balas de 762. 

No mesmo dia, à tarde, o VivaRio, com ampla cobertura da imprensa faz manifestação pela orla do bairro. Milhares de pessoas, moradores da região e adjacências, vestidos de branco, com velas nas mãos cantando a música 'A Paz' do Gilberto Gil, protestando contra a ação irresponsável da polícia que colocou em risco a vida dos nobres filhos da alta sociedade carioca. Ao final da passeata dão um abraço simbólico ao bairro preferido do escritor de novelas globais, Manoel Carlos.

No dia seguinte o Governador, em uma coletiva de imprensa, exonera o comandante do Batalhão responsável pela operação e expulsa da corporação os envolvidos na ação e afirma, com os olhos lacrimejantes, que isso não irá se repetir e que não podemos colocar a vida dos cidadãos de bem em risco e que a ação deveria ter um suporte em terra que confirmaria a identidade do elemento e o abordaria em um local apropriado. Completa dizendo que a força só seria usada caso a polícia fosse atacada primeiro ou se o meliante colocasse a vida de outros em risco. 

Mas nada disso aconteceu. O ocorrido foi em uma favela. As casas alvejadas eram de pobres. As vidas em risco não eram da juventude abastada que anda de carro de luxo. No mais, o bandido foi morto mesmo. Porque argumentar mais? Porque? Porque está errado! 

Em nenhum país do mundo, que não está em guerra, aceitaria isso. O modo como encaramos a violência, dos criminosos ou da polícia, é parte do problema. Mentalidades engessadas no velho discurso do 'bandido bom é bandido morto' (que não se aplica com a mesma intensidade sobre políticos que roubam da educação e saúde) e de que os fins justificam os meios, não irão ajudar a equacionar o problema. Não se trata de defender bandido. Não é pena. Mas sempre tratamos a questão da violência com mais violência, principalmente se envolver as classes mais desfavorecidas, e estamos nessa situação. Será que esse é o caminho certo? Será que a solução virá dessa escalada de quem mata mais? Ou será que temos de sentar e tratar as coisas seriamente? Estudar exemplos de outros países. Elaborar propostas juntamente com a sociedade civil. 

Mas dá trabalho. E gasta tempo e dinheiro. E gastar tempo e dinheiro com bandido não dá voto e nem lucro.

domingo, 28 de abril de 2013

Samurai X - O Filme (Rurouni Kenshin, 2012)

Filmes baseados em quadrinhos, mangás, séries, desenhos, etc, correm basicamente dois riscos: desagradar os fãs com adaptações (as vezes necessárias) na história e/ou não contar com o interesse daqueles que não conhecem o enredo. Frente a grandes fracassos (Demolidor, O Justiceiro, A Liga Extraordinária por exemplo) surgem algumas boas opções que conseguem a proeza de atrair não fãs e satisfazer a ânsia dos fanáticos como a recente trilogia do Cavaleiros das Trevas. 

Rurouni Kenshin - O Filme (ou simplesmente Samurai X, aqui no Brasil) se enquadra em um desses raros casos em que tanto fãs como o restante do público poderão apreciar um bom filme de ação com enredo bem desenvolvido e belas cenas. A produção japonesa contou com Nobuhiro Watsuki, criador do mangá, como roteirista, o que proporcionou fidelidade à obra original. 




Lançado em mangá no Japão em 1994 pelas mãos de Nobuhiro Watsuki, publicada na Shukan Shonen, o anime chegou ao Brasil no final de 1999, trazido pela Columbia Pictures e exibida pela Rede Globo até meados de 2000. Em setembro de 2000 a emissora por assinatura Cartoon Network passou a exibir a série, exibindo-a até o final, a qual foi concluída em maio de 2001. Já o mangá foi publicado no Brasil a partir de maio de 2001 pela Editora JBC em 56 volumes (cada um sendo metade do original japonês). Em novembro de 2012, a Editora JBC voltou a publicar o mangá, agora intitulado Rurouni Kenshin - Crônicas da Era Meiji.





O filme em live action parte de uma premissa semelhante ao manga. Em um Japão feudal, os monarquistas saem vitoriosos de uma guerra na qual restauram o governo para as mãos do imperador derrubando Xogunato Tokugawa, originando assim a Era Meiji. Apesar de sair vitorioso Kenshin Himura, hitokiri (assassino) à serviço dos monarquistas, decide ao final da guerra, não mais matar e assim dar fim a sua alcunha de Retalhador (Hitokiri Battousai). Para tanto se transforma em um andarilho (Rouroni), algo muito próximo de um Ronin (samurai sem senhor). Diante da proibição de utilizar espadas e procurando cumprir sua promessa de cessar sua vida de assassino, utiliza uma katana com corte ao contrário (sakabatou), ou seja, o golpe que porventura praticasse a um adversário não seria fatal uma vez que o a lâmina encontra-se no dorso.

Em seu caminho ele cruza com Kaorou, que tenta enfrenta-lo, ao inferir que ele é Battousai a quem são atribuídas diversas mortes recentes. Após convence-la do contrário ele ainda a salva de Jin-E Udou, assassino a mando de Kanryuu Takaeda, rico contrabandista, para resgatar Megumi Takana conhecedora do processo de fabricação de ópio. Ao desvendar que aquele andarilho é realmente o velho retalhador, Jin-E e Kanryuu, travam batalha árdua para fazer Kenshin voltar a sua vida de Hitokiri Battousai e assim trabalhar para o contrabandista. Assim a trama se desenvolve na captura do verdadeiro assassino por trás das mortes que aterrorizam a cidade, na tentativa de fazer Kenshin voltar a ser o assassino retalhador e na busca desenfreada do 'mega' traficante atrás de sua ‘formula ambulante‘ de ópio. 




O diretor Keishin Ohtomo sustenta a trama com muita habilidade e segurança, apoiando-se sobre um elenco correto, apesar de uma certa falta de expressão de Sato Takeru (Kenshin) em boa parte do filme. A favor do filme também contam as cenas de lutas com espadas. Extremamente bem coreografadas, impressionam pela agilidade. Com uma belíssima fotografia, edição refinada que equilibra ação e drama e roteiro bem escrito, a história se desenrola muito bem e acaba compensando uma trilha sonora repetitiva e pouco criativa, bem aquém do que se esperava. Marca em filmes com temática oriental, o figurino revela outro ponto alto, posto o seu cuidado na caracterização dos personagens tentando se aproximar ao máximo do mangá. 

Infelizmente os fãs brasileiros só poderão conferir Rurouni Kenshin ou Samurai X em suas casas. Apesar da bilheteira proporcionada no Japão, distribuidoras não se comoveram e o filme sai em terras tupiniquins apenas em DVD e Bluray. Uma pena.






Nota: 8