terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Os 50 maiores (melhores) sambas enredo de todos os tempos - Tupy de Brás de Pina - 1961 (TOP 15)

Algo comum até a década de 70 eram os enredos exaltando vultos históricos. A Tupy não foi a primeira, porém em 1961 foi mais uma que rompeu com essa 'regra' mostrando um samba em homenagem ao povo do sertão cantando o sofrimento causado pela seca. Com ele a escola acabou ficando em 2º lugar no desfile do grupo de acesso subindo para o Grupo Principal em 62. Uma bela letra que posteriormente foi gravada por grandes nomes da música como Jamelão, Clara Nunes, Fagner, Abílio Martins e Mestre Marçal. A Tupy, que desfilou pela última vez em 1998, mostrou-nos em 1976 outro belo samba, porém este a levou de volta ao grupo de acesso. Diferentemente das composições atuais ele não possuiu refrões.

Seca no Nordeste
Tupy de Brás de Pina

De Gilberto de Andrade e Waldir de Oliveira


Ô Ô Ô Ô Ô
Sol escaldante, terra poeirenta
Dias e dias, meses e meses sem chover
E o pobre lavrador
Com a ferramenta rude
Dá forte no solo duro
Em cada pancada parece gemer

Ô Ô Ô Ô Ô
Geme a terra de dor

Ô Ô Ô
Não adianta meu lamento meu Senhor

Ô Ô Ô e a chuva não vem
O chão continua seco e poeirento

No auge do desespero
Uns se revoltam contra Deus
Outros rezam com fervor
Nosso gado está sedento, meu Senhor
Nos livrai dessa desgraça
O céu escurece
As nuvens parecem
Grandes rolos de fumaça
Chove no coração do Brasil
E o lavrador
Retira o seu chapéu
E olhando o firmamento
Suas lágrimas se unem
Com as lágrimas do céu
O gado muge de alegria
Parece entoar uma linda melodia

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