sábado, 12 de março de 2011

As Cinzas e a Covardia no Carnaval do Rio

Seguem ótimas matérias de João Marcos do Site Sambario e de Pedro Migão do blog Ouro de Tolo, sobre o Carnaval do Rio de Janeiro deste ano em que o protagonista foi o incêndio de um mês antes dos desfiles e o seu uso para mascarar a mediocridade (notória há algum tempo), a covardia e a esperteza de algumas escolas de samba. 


As Cinzas da Mediocridade
João Marcos


Meu parceiro Ricardo Delezcluze está assinando a coluna “Samba Alternativo” no site SRZD-Carnavalesco. Pelos artigos já publicados, parece que o foco serão as escolas menores, dos Grupos C, D e E do Rio, que atualmente desfilam na Intendente Magalhães, em Campinho. Conhecendo a figura, acho que ninguém poderia fazer melhor este papel – estas escolas pequenas precisam ser apresentadas para o grande público através de um olhar generoso, como o de Delezcluze.

Eu até tento fazer um papel semelhante, alertando para sambas de pequenas escolas de cidades do interior do Rio, São Paulo e o carnaval do restante do Brasil. Quando vejo algo bonito, diferente, um samba ousado, uma letra poética, uma melodia que traga alguma emoção, eu faço questão de divulgar.

E verifiquei que pouco falei do carnaval da Intendente aqui. Serei franco: não é à toa. O carnaval da Intendente é muito complicado do ponto de vista artístico. Podemos até dar mil descontos para isso: muitas escolas, p.ex., estão em áreas muito carentes, dominadas pelo tráfico, as “faixas de Gaza” do Rio de Janeiro. São escolas praticamente inviáveis, que dificilmente teriam como evoluir. Para estas, ter um contingente de centenas de pessoas desfilando já é uma vitória.

O que não suporto é escola que poderia ser grande e é arrasada pela mediocridade. A mediocridade é uma doença do carnaval atual e, no Rio, com seus “doutores” de carnaval, que criaram fórmula para tudo, ela está presente em larga escala, em todos os sentidos.

Vou dar um exemplo de como a mediocridade pode ser encontrada nas escolas da Intendente: sinopse da Acadêmicos do Engenho da Rainha, de 2011. Um enredo homenageando o atual Presidente da Portela. Segue um trecho da sinopse. Note bem o ano para o qual a sinopse foi escrita: 2011.

“Para dar seguimento, após o Carnaval de 2005, às idéias representadas pelas Metas do Milênio, está sendo realizado um Seminário denominado Implantação das Metas do Milênio em Oswaldo Cruz , Madureira e Bairros Adjacentes, iniciado no dia 05 de novembro de 2005 com a visita do presidente Lula à PORTELA”.

Logo em seguida, temos o seguinte trecho:

“Com tais objetivos o Seminário deverá ter prosseguimento a partir de março de 2005”

É neste ponto que eu não consigo ser como o Ricardinho. Quando eu vejo isto aí, uma sinopse bastante divulgada na internet, de uma escola que por anos ficou no segundo grupo e beliscando posições próximas da ascensão ao Grupo Especial, não consigo ser romântico. Essa sinopse foi supostamente escrita por alguém e supostamente aprovada por mais alguns. Como reclamar do descaso do poder público diante disto? Como, diante disso, pode se falar em subvenção baixa (e as escolas dos Grupos C, D e E do Rio recebem subvenção maior do que muito carnaval de Grupo Especial pelo Brasil a fora)?

Analisemos algumas escolas tradicionais que estão na Intendente Magalhães. Peguemos a Unidos de Lucas, fruto da fusão da Unidos da Capela (campeã do Grupo Especial de 1960) e Aprendizes de Lucas (escola da onde saiu ninguém menos do que Elton Medeiros). A Unidos de Lucas era considerada a quinta força do carnaval do Rio até o início dos anos 70. Nos anos 80, era uma escola que sempre disputava o Grupo de Acesso entre as primeiras colocadas, sempre batendo na trave. Hoje se encontra no Grupo E, o último grupo das escolas de samba.

Nos anos 80, a escola vinha como enredos como Vinicius de Moraes, Ataulfo Alves, Dircinha e Linda Batista. Foi três vezes consecutiva terceira colocada no Acesso. Aí, começou com enredos de qualidade duvidosa – em 1994, a Cidade de Conservatória levou a escola a um décimo segundo lugar no Acesso. Veio a queda para o terceiro grupo e enredos sobre Bernard do Vôlei e Agnaldo Timóteo. Nos seus últimos anos, apelou para reedições. Deu adeus a Sapucaí com um enredo sobre o Piauí. Nos dois últimos anos, duas quedas consecutivas com dois enredos cansadíssimos, que já foram repetidos um bilhão de vezes no carnaval: reciclagem e cerveja.

Trajetória parecida fez a queridíssima Unidos da Ponte. E se você analisar bem, o mesmo aconteceu com a Unidos do Cabuçu, a Em Cima da Hora e o Arrastão de Cascadura, dentre outras. Chegou um momento em que elas apostaram na mediocridade e decaíram para o que são hoje.

E quando falo em mediocridade, não falo só em sinopses e enredos. Algumas disputas de samba de escolas da Intendente são inacreditáveis. Você vai numa final, estão concorrendo um samba ótimo, um samba mediano e um samba trash e sem sentido. Vai dar o samba trash e sem sentido. As poucas pessoas presentes nas finais olham aquele cenário e ficam perplexas. Aí, você conversa com os diretores, conversa com a harmonia da escola, pergunta o que diabo aconteceu e percebe que houve uma escolha deliberada, que a escola queria um samba medíocre – “aquele samba é lindo, mas é para a Beija-Flor. Samba de Intendente é isso aí”.

E este acaba sendo o cenário. O carnavalesco copia a sinopse do Wikipédia porque não sabe escrever e concatenar idéias. Muitas vezes, é um garoto saído dos terríveis cursos de carnavaleliminatórias eivadas de sacanagem, seja por mentalidade pequena de seus diretores na escolha. A comunidade desiste da escola. Ela morre e vira cinzas.

Nas escolas “medianas”, aquelas que ficam nas últimas posições do A, no B ou nas primeiras colocações do C, a coisa não muda muito de figura. Como elas têm mais dinheiro, podem fazer alguns luxos. Grande parte, p.ex., monta comissão de carnaval capitaneada por um nome forte de escola do Especial. Isto também é muito comum em algumas escolas de fora do Rio – o presidente contrata um cara da comissão de carnaval de uma grande escola do Especial e acha que está trazendo um profissional de ponta. Só que este cara, que realmente é bom, vai ficar 99% do seu tempo na escola do Especial do Rio. A escola “mediana” vai ficar com a sobra. O compositor do Grupo Especial vai fazer o samba para escola mediana (e para a de fora do Rio) e a obra não vai ter o mesmo nível do samba da escola do Grupo Especial – para a escola mediana, ele pega os sambas antigos dele que perderam, reutiliza alguns trechos melódicos genéricos, faz uma colcha de retalhos e, em 15 minutos, o Frankenstein está formado.

E a mediocridade está no Grupo Especial e na LESGA também. Peguemos este incêndio que consumiu os barracões de Grande Rio, Ilha e Portela. Todos nós ficamos tristes com o ocorrido, não há como não lamentar. Não é a primeira vez que algo desse tipo acontece. Aliás, um dos momentos mais tristes que eu vi na Sapucaí foi no Grupo B de 1996, quando a Mocidade Unida de Jacarepaguá perdeu seu carnaval devido às enchentes do Rio de Janeiro. Mais do que perder fantasias e alegorias, a comunidade da escola viveu uma verdadeira tragédia, com dezenas de mortos e desabrigados. A escola foi obrigada a desfilar e seus componentes entraram sobre protesto, ao som da marcação de um surdo, sem sambar e sem cantar, muitos chorando de tristeza. Segue um trecho do desfile: 





O que aconteceu com a escola, que sofreu muito mais do que qualquer uma das três da LIESA? Foi rebaixada sem dó nem piedade. Não teve prefeito na televisão para defender a escola da Cidade de Deus.

Não estou dizendo que Ilha, Grande Rio e Portela devam ser rebaixadas. No entanto, o acidente, que serviu para fins demagógicos pelo Prefeito do Rio de Janeiro, também serviu como desculpa para as escolas manterem seu status quo e não correrem riscos. Explico: queimaram-se as fantasias; queimaram-se as alegorias; mas o componente está vivo. As escolas poderão sambar, cantar, evoluir; o mestre sala e a porta-bandeira poderão dançar; a comissão de frente poderá se apresentar; a bateria poderá tocar seus instrumentos. O desfile das escolas de samba é mais do que visual.

No entanto, não há interesse num carnaval não visual. Sim, porque é mais fácil você fascinar pelo visual do que passar um sentimento ou fazer um samba cair nas graças do povo. Por isso, as escolas valorizam o ‘visual’, porque é mais fácil competir no luxo do que na emoção. É mais interessante fazer um carnaval baseado em premiar quem consegue captar mais dinheiro e patrocinadores do que valorizar a arte.

O incêndio foi utilizado como pretexto para que ninguém da LIESA corra risco. As escolas que competem não perderão para o samba no pé; as que sofreram com o incêndio (e duas das três escolas poderiam se recuperar caso seus presidentes quisessem se esforçar para competir, até porque receberão ajuda do Município) não correrão risco de cair; as doze escolas e seus presidentes estarão garantidos e receberão gordas subvenções no ano que vem. Tudo está bem amarradinho, na mesma mentalidade que fez com que a LIESA se tornasse um grupo praticamente fechado, que criou a regra vergonhosa do rebaixamento de apenas uma escola por ano.

É uma mentalidade que garante escolas ricas e felizes, mas que privilegia a falta de qualidade e a mediocridade. A mentalidade medíocre que afasta o samba do povo, das rádios, que faz os CDs terem vendagens pífias (sim, porque nenhum artista tem tanta propaganda quanto as escolas de samba, com as vinhetas tocando o dia todo na televisão. E ainda falam que os sambas atuais não “pegam” por falta de divulgação. Você já viu vinheta com cada música do CD do Zezé Di Camargo e Luciano de hora em hora na programação de qualquer emissora de televisão?)

O carnaval do Rio poderia renascer das cinzas. Mas, para isso, teria de fazer como o mestre Martinho da Vila ensinou, valorizando a cabrocha sambando, a cuíca roncando, a viola e pandeiro, mostrando para todos que o papel das escolas de samba é sambar na avenida.

Quando a LIESA definiu que quem perdeu parte do seu ‘visual’ não pode competir, mostrou a importância que dá para o sambista. Pegou as cinzas das escolas de samba e, junto com a Prefeitura, depositou tudo em latas de lixo. Os deuses da mediocridade ficaram mais felizes do que nunca.

Abraços a todos!


Fonte:
http://www.sambariocarnaval.com/



O incêndio, a lambança e o covarde
Pedro Migão


Bom, para nós amantes do samba infelizmente a notícia desta semana foi o incêndio que atingiu a Cidade do Samba, local onde são confeccionadas as alegorias e muitas das fantasias das escolas de samba do Grupo Especial do Rio de Janeiro.


Para o leitor de fora, são galpões com a estrutura concebida a fim de acomodar as necessidades demandadas por este tipo de construção: pé direito alto dado o tamanho dos carros alegóricos e andares onde pudessem ser instalados os ateliês das agremiações a fim de que as fantasias pudessem ser confeccionadas.


Eu estava em Salvador na segunda feira, dia do sinistro, e ao acordar mais tarde - até porque estava uma hora atrasado em relação ao Rio de Janeiro devido à inexistência do horário de verão - vi um monte de e-mails e mensagens de texto no meu celular: "incêndio na Cidade do Samba", "barracão da Portela pegando fogo" e que tais.


Como lá estava sem acesso à internet - apenas muito restrito, no celular - e o jornal local é o da Bahia, entrei no Twitter para ver o que tinha ocorrido. E me dei conta do que havia acontecido - complementado, depois, com ligações de amigos do Rio.


Ao que parece o fogo se iniciou no barracão que abriga uma espécie de "museu" da entidade que organiza o desfile - originalmente, a Cidade do Samba foi pensada para catorze escolas de samba, mas acabou-se reduzindo a doze - e atingiu os outros três barracões da Ala Norte do complexo: pela ordem, União da Ilha, Portela e Grande Rio. Nesta última o fogo não teve como se alastrar lateralmente - há um vão para a outra ala - e o fogo desceu consumindo todo o barracão, acabando com os carros da escola de Caxias.


Lembro que os materiais são todos inflamáveis dadas as suas características - muita espuma, isopor, acetatos, ferragens - o que propiciou uma devastação rápida e imensa.


Apesar de ser considerado moderno, o equipamento de prevenção contra incêndio não funcionou, o que potencializou o desastre. E o incêndio colocou em xeque a imagem passada pela Liesa, órgão que organiza o carnaval do Grupo Especial, de que é algo moderno e profissional. Quem vive o dia a dia do samba sabe que não é bem assim, mas agora isto ficou claro para o grande público.


Como se vê na foto acima do barracão da União da Ilha, pouco se salvou. A escola insulana perdeu três mil  fantasias e partes de duas alegorias, inclusive a elogiadíssima aranha - que fotografei quando de minha recente visita. A Portela, embora tenha alegado que se queimaram 2,8 mil fantasias, segundo apurei este número é de cerca de 500 em sua totalidade e mais umas 200 de forma parcial. Sem danos significativos nos carros.


A Acadêmicos do Grande Rio, que viria para disputar o título, foi a mais afetada. Perdeu seis carros alegóricos - inclusive os chassis - e cerca de três mil fantasias.


Levando-se em conta que faltam 29 dias para o desfile, é praticamente impossível à agremiação caxiense refazer em condições mínimas seu carnaval. As outras duas também saíram prejudicadas - até porque perderam todo o maquinário de elaboração de fantasias, que não é de fácil reposição - mas teriam condição de colocar um carnaval digno na avenida, não para disputar os primeiros lugares mas com condições de evitar tranquilamente um eventual rebaixamento.


Em especial a Portela, que estava com os carros mais atrasados - como sempre - teria totais condições de fazer um desfile melhor até que pelo menos os últimos anos. Sua perda foi pequena e poderia ser perfeitamente contornada. Mas...


A lambança


Firmou-se durante a segunda feira um consenso: o julgamento seria realizado normalmente e não haveria rebaixamento, para preservar em especial a Grande Rio, escola mais afetada e que teria extrema dificuldade em colocar algo decente na rua para seu carnaval. Era o mais simples e o mais sensato. 


Entretanto, em reunião realizada na sede da Liesa na noite de segunda, tomaram-se algumas decisões esdrúxulas: não haveria rebaixamento - até aí, tudo bem - a Portela foi obrigada a trocar de dia de desfile com a Mocidade Independente e, o mais incrível: as três escolas não seriam julgadas.


Isso mesmo: o trabalho de um ano, ainda que prejudicado, simplesmente não seria avaliado. As escolas passariam "por passar", impedindo o que poderia ser uma demonstração de superação e garra das agremiações. Também não poderiam participar do Desfile das Campeãs.


Imagine o leitor que o incêndio afetou dois quesitos dos dez em julgamento: alegoria e fantasia. À noite, a Liga queimou os outros oito, como bem lembrou o amigo e especialista em carnaval Fábio Pavão. Imagine também o leitor quem comprou fantasias das escolas e agora sabe que não somente irá se exibir sem poder defender seu pavilhão em busca de um bom resultado como não terá chance de desfilar no sábado postrerior ao carnaval.


Imagine o leitor uma situação como a minha: eu venho - viria, mas esta é outra história - em duas escolas: a Portela do coração e a União da Ilha de adoção. De antemão já sei que posso marcar um chope com os amigos no sábado do Desfile das Campeãs, pois nenhuma das duas será julgada e não poderei voltar à avenida neste dia.


Para mim isso nem importa muito - basta ver o número de vezes em que desfilei no sábado seguinte - mas para um desfilante que não acompanha o dia a dia isso faz muita diferença. Além disso, a bateria não será julgada, o casal de mestre sala e porta bandeira também não, e la nave va...


Outro absurdo foi a troca entre Portela e Mocidade de dias de desfile. O torcedor que se programou e comprou ingresso apenas para o desfile de uma destas escolas agora está sem ter o que fazer. Basta lembrar o exemplo dos "Guerreiros da Águia", torcida organizada portelense, que comprou cerca de 400 ingressos para o desfile de segunda feira e agora não sabe o que fazer. Mas, para a Liesa, o que importa é o turista: o sambista ou carioca que se dane. E a Mocidade Independente ganha uma vantagem imerecida, de desfilar em uma das posições mais nobres do desfile.


A versão para estas idéias esdrúxulas é que teriam vindo prontas na reunião, decidida pelos patronos da Beija Flor Anísio, pelo presidente da Liesa Castanheira e pelo "Capitão Guimarães" em conjunto com o prefeito Eduardo Paes, e imposta às demais escolas. O certo é de que os presidentes das escolas afetadas, por seus motivos, acataram a decisão.


Teremos um desfile, na prática, com nove escolas, e com uma competitividade bem menor que em outros anos. Em 2012 serão 13 escolas, descendo duas para voltar ao (insuficiente, a meu ver) número de 12 agremiações para 2013.


Em resumo, fizeram uma lambança monumental, que tira boa parte da competitividade do carnaval de 2011 e mata os sonhos de milhares de profissionais, desfilantes e apaixonados em ver suas escolas brilharem no carnaval. Eu entre eles.


O Covarde


Bom, este título pertence ao Presidente da Portela, Nilo Figueiredo, pela sua postura lamentável, em todos os sentidos, no episódio.


Primeiro ao tentar entrar no barracão em chamas e para isso criar uma tremenda confusão com os bombeiros e a Guarda Municipal, resultando em dois diretores da escola presos. Segundo com o episódio de outro diretor flagrado com uma grande quantidade de dinheiro vivo dentro da cueca - diz-se que para pagar funcionários. 


E termina com o papelão exercido na reunião da Liesa, onde não somente aceitou de bom grado trocar uma posição excelente de desfile por uma ruim como aceitou, apoiando, o não-julgamento da escola. Foi a primeira vez onde vi todos os segmentos da escola discordarem do presidente, inclusive seu braço direito, o diretor de carnaval Júnior Scafura.


O leitor mais atento sabe que venho aqui apontando as mazelas da administração Nilo Figueiredo. Mas o que ocorreu ontem foi um desrespeito à história da escola, que sempre se notabilizou pelos fundamentos e pelo "ideal de competir".


Obviamente que para o presidente da Portela a decisão foi extremamente conveniente: ele não precisa terminar o carnaval e pode jogar a culpa no incêndio - que, repito, afetou em pequenas proporções a escola. Em uma gestão marcada por suspeita de uso ineficiente de recursos, para se dizer o mínimo - basta ver as alegorias e fantasias mequetrefes ano após ano e os rotineiros atrasos de barracão - ele pode pegar os R$ 750 mil que serão dados como suplementação pela Prefeitura do Rio de Janeiro e guardar para utilizar mais tarde, ou dar outros fins - como maquinário...


A decisão de abaixar a cabeça como cordeirinho e só pensar em sua conveniência não é próprio da Portela, Presidente. Antonio Caetano, um dos fundadores - que o senhor não deve conhecer, dado o seu desprezo pela história da escola - concebeu a águia como seu símbolo por ser a ave que voa mais alto. O senhor jogou no lixo o nome da Portela ao não somente permitir como apoiar esta decisão de não ser julgada.


Mais que isso: foi uma demonstração de falta de confiança em sua própria comunidade, em sua própria equipe, em seu próprio componente, que ia levar a escola com garra, uma vez mais, e levar a Portela a lugar merecido por eles - não pelo senhor.


O senhor não tem estatura moral para comandar a Portela, presidente. Ainda mais depois da demonstração de arrogância dada ontem, ao comentar manifesto do Grupo PortelaWeb - entre os quais me incluo - criticando a sua decisão: "não quero saber da opinião de ninguém. Eu sou o Presidente e decido. Escola não compete".


Não pude participar da confecção do manifesto - estava em trânsito ontem, retornando ao Rio de Janeiro - mas endosso cada palavra da equipe, formada não somente por torcedores como boa parte deles sócios com direito a voto - entre eles eu. Vale a leitura.


Complementando, algumas perguntas sem resposta:


1) Quando foi a assembléia de sócios que alterou o estatuto a fim de permitir uma segunda reeleição? Sou sócio da escola e a última convocação para assembléia que recebi foi em 2008.
2) Por que a escola sempre tem o barracão mais atrasado?
3) Por que sempre temos as alegorias mais mequetrefes do carnaval carioca, todo ano?
4) Quando teremos uma prestação de contas pública?
5) Quando sairá a obra da quadra, que está abandonada?


Amigos, é isso. Meu coração portelense está bastante indignado, para dizer o menos.


Fonte:
http://pedromigao.blogspot.com/2011/02/o-incendio-lambanca-e-o-covarde.html

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