segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Blu-ray: A Mídia Azul da Alta Definição

Não faz tanto tempo assim que precisávamos rebobinar as fitas antes de devolve-las às locadoras. Nos preocupávamos com quantas cabeças tinha o nosso vídeo cassete e se elas eram auto limpantes. Com a chegada do DVD em 1997 estes e outros 'problemas' foram resolvidos. Rapidamente aceita pelos consumidores, face principalmente, ao valor decrescente de seu player, o DVD ocupou o espaço do VHS com muito mais definição de imagem e som em um disco com grande capacidade de armazenamento, durabilidade e ocupando menos espaço.

Contudo o reinado do DVD está caindo e quem está tomando o seu lugar é um outro disquinho com praticamente o mesmo tamanho mas com mais de 6 vezes mais capacidade de armazenamento, o Blu-ray Disc com espaço para até 50Gb (DVD de dupla camada tem pouco mais de 8Gb). Com todo esse espaço o Blu-ray pode suportar imagens e sons superiores aos do DVD e esta diferença é claramente perceptível para todos e não apenas para técnicos. Os DVDs de hoje reproduzem imagens com 720 X 480 pixels (pontos de luz). O Blu-ray pode exibir imagens com resolução de 1920 X 1080 pixels, em widescreen. O som é outra área bem explorada, podendo suportar até oito canais de audio sem compressão (7.1). Para facilitar a comparação: O DVD é como você estivesse a frente de uma TV analógica com uma antena convencional e o Blu-ray é como vocês estivesse vendo uma imagem em HD por um sinal de TV digital em uma TV de LCD, Led* ou Plasma. Além disso o novo disco proporciona muito maior possibilidade de interatividade pelo BD-Live, sistema que possibilita acessar conteúdos exclusivos através do player conectado à internet. Também é possível  comportar mais extras. Uma coisa importante que deve ser lembrada é que para desfrutar de toda a alta definição do Blu-ray é necessário uma TV à altura, ou seja, Full HD, uma que as TVs normais (de tubo) exibem um máximo de 480 pixels verticais. As TVs HD exibem imagens em 720 x 480.





Hoje, para desfrutar de tudo essa inovação, ainda tem de ser desembolsado uma grande quantia de dinheiro, pois as TVs Full HD, apesar de baixarem de preços constantemente, não saem por menos de R$ 1.700,00 (32") e os players de entrada** estão por volta de R$500,00. A mídia também tem um preço salgado: entre R$30,00 à R$80,00, mas sua locação já gira em torno de R$6 à R$8. Mas não custa lembrar de a pouco mais de um ano atrás o player mais barato estava em R$999,00 e hoje encontramos grande variedade de ótimos aparelhos por R$500,00 à R$600,00. Só para termos uma ideia em relação aos valores: um certo player da Samsung custava em 2006 a bagatela de R$4.422, hoje o 'neto' deste aparelho, com muito mais recursos pode ser encontrado por R$580 e até menos de R$500,00 em alguns sites. Obviamente este é um entrave à popularização do Blu-ray em terras tupiniquins, porém se levarmos em consideração que a previsão de que este formato dure mais tempo que DVD (segundo especialistas cerca de 15 anos) é bem provável que 'devedetecas' mudem seus nomes para 'bedetecas'.

Como todo nova mídia, com exceção do DVD, o Blu-ray não possuiu uma unanimidade do mercado. Até o final de 2008 um outro formato disputava as atenções e brigava para ser o escolhido do publica e das industrias fonográficas e de cinema, era o HD-DVD, cuja premissa era bem parecida com a do Blu-ray, porém necessitava de três camadas para gerar 45Gb, enquanto o outro de apenas duas para ter 50Gb de espaço. Assim como o Blu-ray o HD-DVD utilizava um laser azul-violeta para ler informação dos discos enquanto que o DVD utiliza um laser vermelho de 650nm.(O Blu-Ray usa um laser Azul-violeta de 405 nm, o HD DVD de 400).

O HD-DVD foi desenvolvido pela Toshiba e promovido pela NEC, Sanyo, Microsoft (que não chegou a incluir o HD-DVD em seu console, X-Box), HP, Intel, além da Universal Studios.

O Blu-ray foi desenvolvido pela Sony e Panasonic e contou com o apoio exclusivo da Warner Bros., MGM, Fox, Paramount, Dreamworks e Columbia Pictures. Com o apoio desses seis estúdios conseguiu se sobrepor a força da Microsoft, fazendo com que a Toshiba desistisse de 'guerra' em dezembro de 2008. 



O nome Blu-ray se deve a cor azul do raio laser informado acima. A letra "e" da palavra original "blue" foi eliminada porque, em alguns países, não se pode registrar, para um nome comercial, uma palavra comum. 

Prevista para o final do ano, minha experiência com a alta definição do Blu-ray, foi adiantada, e conto a dois meses com um player em casa e minha opinião se traduz em uma só palavra: SENSACIONAL!

Abaixo, exponho uma linha do tempo em que podemos ver todo o percurso que foi feito até chegarmos aos disquinhos azuis. 

Nos anos 50 e 60: 
São realizadas as primeiras experiências em em gravação de fitas magnéticas de duas polegadas ou quadruplex.



Nos anos 70:
É lançado pela Sony o U-Matic, fitas cassete de 1 ou 2 polegadas. 


Para o consumidor domestico a Sony lança o Betamax com qualidade superior ao U-Matic e com apenas 0,5 polegada.
 




Ainda nos anos 70 é lancado pela JVC e Panasonic o VHS que possuía qualidade inferior ao Betamax, porém com preço melhor o que o faz ganhar a batalha pelo consumidor doméstico. A beta ficou como padrão para as produtoras. 



Nos final dos anos 70 é lançado o, pouco conhecido no Brasil, Laser Disc, conhecido inicialmente como Videodisk. Do tamanho de uma LP mas com jeitão de DVD, qie só seria lancado muitos anos depois. O discão, produzido pela MCA, competiu no mercado estrangeiro com o VHS, mas apesar de melhor qualidade (oferecia 420 linhas de definição enquanto o VHS apenas 250) a falta de portabilidade e o espaço de armazenamento modesto (apenas 1 hora de filme em cada lado) não o fizeram cair muito no gosto do grande publico, a não ser os japoneses que lançavam reprodutores de LD até 2009. 

 O fim do padrão LD aconteceu no final dos anos 90 por dois motivos principais: suas grandes desvantagens em relação aos outros formatos e à chegada do DVD, em 1996. No ano 2000, as últimas produtoras que ainda lançavam filmes em LD pararam de vez, marcando o declínio final do formato. 

 

Eu particularmente só vi um laserlisc em meados (ou final) da década de 90, quando este tentou se inserir no mercado nacional.

Nos anos 80: 
A Philips lança o primeiro tocador de CD, desenvolvendo a tecnologia de reprodução à laser.Está aberto o caminho para o DVD e Blu-ray. 


Também é nessa década que chegam ao mercado nacional os primeiros videos-cassetes. 

Nos anos 90: 

O desenvolvimento de imagem em CD por consórcios de Japão e EUA chegam ao DVD, tendo a Warner lançado seu primeiro filme no formato em 1997, contudo o crédito por esse feito é atribuído à Flashstar que lançou 'Era uma vez na América' em 1998. 

Desta vez o formato é adotada sem batalhas entre empresas e o DVD se populariza rapidamente pelo mundo  e com uma aceitação um pouco mais demorada pelo Brasil, devido aos altos valores iniciais do player no mercado nacional. 
Nos anos 2000:
Logo no início da década é decretado fim do Lasedisk e o surgimento de um outro formato, também bem desconhecido, que é a fita D-VHS. Com uma resolução maior do que as dos DVD da época 720p e 1080i e áudio em 6 canais (5.1) permitiu a gravação de programação em alta definição que já começavam nos países desenvolvidos. Assim como os players de Blu-ray atualmente com relação aos DVD, os aparelhos de D-VHS permitiam a reprodução de fitas normais de VHS. Com essas qualidades o formato chegou a ser tido como sucessor do DVD mas o fato de ter de retornar ao ato de rebobinar a fita e o nome VHS pesaram na popularidade da mídia. 
Com o avanço nas pesquisas para a produção do Blu-ray e do HD-DVd o formato acabou por ser extinto em 2004 com o lançamento de 'Eu, Robô'. 



Em 2003 a locação de DVD passa, pela primeira vez, a de VHS. Também neste ano são apresentadas as primeiras versões de Blu-ray e HD-DVD. 

Em 2006 o filme 'Marcas da Violência' é o ultimo a ser lançado em VHS. Neste ano começa a batalha entre Blu-ray e HD-DVD com o lançamento de seus players no mercado. 

Em 2008 vitória da Sony, dando o troco do Betamax. 



Em 2010 ocorre a introdução do 3D no Blu-ray. 



E o futuro?

Apesar da vida longa do Blu-ray ser praticamente certa, já foi desenvolvido o substituto do disco azul. Trata-se do Disco Holográfico (HVD) com capacidade para 500Gb. No entanto seu alto custo o inviabiliza comercialmente, ainda. Uma mídia virgem custa cerca de US$ 180,00 enquanto o player não sairia por menos de US$18.000,00. 

 

Fontes: Revista Blu-ray News, Revista Info e Revista Video & Som
Fotos: 
http://www.baboo.com.br
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http://mike.napurano.com
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http://t1.gstatic.com
http://www.hrrc.org
http://upload.wikimedia.org

6 comentários:

  1. parabens pela materia!!!!
    alias, detesto dvd ( pobre metido a rico sou eu kkkk)
    putz, blu-ray é muuiuuuiiito melhorrr

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  2. Excelente matéria, meu caro. Parabéns!

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  3. Muito boa a matéria, parabéns!
    Nunca soude deste D-VHS, que coisa estranha eles quererem voltar com o VHS "depois" do DVD, kkk.

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  4. Excelente matéria, nunca tinha ouvido falar nesse D-VHS... que coisa bizarra aquilo...

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  5. Muito boa a matéria. Gostaria de fazer uma pergunta para me ajudar num trabalho: As fitas Quadruplex comportavam a tal de compressão? Qual a quantidade máxima de áudio e vídeo que cabia num rolo normal de Quadruplex em termos de minutos?

    Obrigado
    Flavio

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  6. Flavio, irei verificar e assim que tiver a resposta eu posto aqui.

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