domingo, 29 de novembro de 2009

Os Fanzines como modo de expressão dos jovens de comunidades sobre a violência (Daniela Falci et alli)

Essa postagem é para divulgar o trabalho de uma amiga minha, Daniela Falci, assistente social pela Universidade Federal Fluminense e Pós graduada na PUC-RIO em atendimento à criança e adolescente vítima de violência.

Este trabalho foi apresentado no XI Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva - Abrasco (Recife, Outubro 2009) e contou uma pequena colaboração minha e de minha esposa, que realizamos a arte e a impressão do poster. Com um modelo diferenciado tentei passar o estilo próprio do fanzine, tema do trabalho.


Os Fanzines como modo de expressão dos jovens de comunidades sobre a violência



Autoras:
Daniela Falci Pereira*
Regina Maria Marteleto
Sinésio Jefferson Silva
Nanci Gonçalves da Nóbrega
O artigo foca nos jovens de comunidades populares em dois grandes centros urbanos- Belo Horizonte e Rio de Janeiro, tratando de suas identidades estigmatizadas por conta da representação sobre os ambientes de violência em que em que vivem na sociedade da informação.
É para os jovens que se têm se voltado às políticas sociais (ainda mínimas), mas, sobretudo as ações das próprias comunidades e seus movimentos, no que tange à ocupação dos jovens pela educação, trabalho, lazer, cultura, afastando-os, assim, da força de atração do tráfico de drogas. É nesse universo das experiências e vivências dos jovens que o trabalho de campo é situado, entendendo que mais do que levantar e tematizar os problemas da violência, é levado em conta a sua dupla face- a violência física e a violência simbólica- tratando-se de estudar o terceiro conhecimento que se constrói sobre esse problema.
Na análise de dados, verificou-se que para os jovens a violência apareceu como naturalizada, por meios de referências a casos de abuso e violência física vivenciadas principalmente no ambiente familiar e nas comunidades em que vivem, violação de condutas sociais e de respeito ao próximo e simbolicamente, por meio de citação recorrente dos jovens à censura que são vítimas, ligada á falta de espaços públicos para expressarem suas opiniões e suas manifestações culturais além do preconceito quanto ao jovem de periferia urbana, notado no entendimento de que este é incapaz de coordenar suas ações de maneira autônoma e consciente, além da discriminação racial e social, esta última ligada ao preconceito em relação aos moradores de comunidades e favelas.
Os dados coletados por meio das diferentes técnicas de pesquisa foram configurados e foi extraído textos para a produção compartilhada da série de três Fanzine's sobre a Violência

Os fanzines abordaram o enfrentamento da violência pelos jovens a partir de uma gradação de argumentação, em que intensificou a conscientização de que se os jovens são sujeitos singulares e sociais, com preciosa reserva simbólica e acervo pessoal e coletivo, com marcas, lastro e rastro, têm condições de produzir sentidos outros acerca do mundo, auxiliados por expressões criadoras, o que vai possibilitar o reconhecimento da força própria, apesar de tantas adversidades, para interferir na roda da vida e, também, nas políticas públicas em relação à violência.
*Apresentadora do trabalho. Assistente Social pela Universidade Federal Fluminense e Pós graduada na PUC-RIO em atendimento à criança e adolescente vítima de violência.




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